Pressão alta sem tratamento ataca cérebro e causa cegueira

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A pressão alta ainda parece um enigma para muita gente, inclusive para os médicos. Isso acontece porque a doença só apresenta sintomas quando chega em um nível muito grave, que pode comprometer vários órgãos do corpo. Ela também não apresenta causa definida em 95% dos pacientes, o que faz os especialistas serem obrigados a focarem na prevenção.

Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, 23,3% da população sofre com a doença, dado que tem aumentado ao longo dos anos e tem preocupados os médicos. De acordo com Marcus Malachias, presidente da divisão de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a pressão alta tem o poder de reduzir em até 16 anos e meio a expectativa de vida do doente.

A hipertensão ocorre quando há uma elevação anormal da pressão, ou seja, quando as paredes das artérias oferecem resistência para a passagem do sangue. Portanto, o líquido bombeado pelo coração para irrigar os órgãos terá de exercer uma força (pressão) ainda maior contra a parede das artérias.

Esse descompasso se torna perigoso porque carrega com ele sérias complicações à saúde, que podem desencadear um derrame, insuficiência cardíaca e renal e até mesmo cegueira porque atinge as artérias como um todo, explica Frida Plavinik, conselheira da Sociedade Brasileira de Hipertensão.

– A hipertensão estraga as artérias como um todo. Quando a pressão é aumentada, as artérias do cérebro ficam mais enrijecidas, podendo causar um AVC. E até as artérias da retina sofrem podendo causar uma saída de líquido que faz a pessoa perder a visão em casos agudos.

Fatores como tabagismo, obesidade e sedentarismo aumentam as chances de uma pessoa se tornar hipertensa, independente da idade. Por isso, os especialistas indicam atividades físicas, boa alimentação, evitando alimentos ricos em sal, e evitar o fumo e bebidas alcoólicas.

– A pessoa obesa ou fumante pode ter uma deposição de placas nas artérias coronarianas que vão impedir a oxigenação do músculo cardíaco, provocando o infarto. Antes disso, ela já terá um músculo cardíaco mais fraco, que perdeu a capacidade de bombear sangue com o tempo, causando assim a insuficiência cardíaca.

Nestes casos, a atividade física ajuda na dilatação dos vasos e contribui naturalmente na perda de peso, diz Frida. A perda de peso, em especial da barriga, é essencial nesse processo, porque é o tecido gorduroso da região que libera hormônios e substâncias que fazem a pressão subir, orienta a médica.

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