Nascido no Paraná, Carlos Favaro reside em Mato Grosso há 27 anos. Produtor rural em Lucas do Rio Verde, assumiu a presidência da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) em janeiro do ano passado. Na gestão anterior, era o diretor-administrativo da entidade. Seu mandato termina em dezembro deste ano.
A Aprosoja está completando 8 anos em fevereiro. Qual a avaliação que o senhor faz deste período?
A Aprosoja já se consolidou como legítima representante dos produtores de soja e milho de Mato Grosso graças a um trabalho sério e dedicado de todas as diretorias e expandiu as fronteiras do Estado.
Nacionalmente, nas questões do agronegócio e até internacionalmente a Aprosoja já é convidada e faz parte dos grandes fóruns. É um momento ímpar da agricultura mato-grossense. Hoje, ações como a que questiona os royalties da Monsanto tomam um âmbito nacional e até mundial lideradas por Mato Grosso.
Em relação à Monsanto, na última terça-feira (19) a Aprosoja promoveu uma nova ação.
Na realidade não foi uma ação, foi uma notificação judicial. Teve o lançamento de uma nova tecnologia da variedade RR2 e para evitar que no futuro ocorram os mesmos problemas que ocorreram que culminaram na ação judicial. Tornamos a pedir a Monsanto que divulgue o número da patente e seu vencimento, para ser amplamente divulgado. Aí nós somos favoráveis sim à remuneração da propriedade intelectual. Quem pesquisa deve ser remunerado porque se não ninguém vai pesquisar, mas com regras claras como determina a legislação brasileira. O RR1 está há 2 anos vencido e se nós não tivéssemos ido atrás, nada seria feito. Desde 2010, quando achávamos que estava vencendo, pedimos para a Monsanto e ela nunca nos forneceu.
Isso acontece só com a Monsanto?
A Monsanto é uma empresa de vanguarda, está à frente na biotecnologia, mas certamente a medida valerá para todas. Ano que vem deve ter lançamento de 6 companhias que tem biotecnolgia para a soja no mercado brasileiro e o tratamento será igual para todas.
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Qual o peso da ferrovia no plano logístico?
Fundamental. Só tem um modal mais eficiente que a ferrovia para transportar grãos que é a hidrovia. A ferrovia é um pouco mais cara na sua implementação, mas barateia muito o frete e o governo federal está tomando medidas importantes para trazer competitividade. Num sinal inteligente, pela primeira vez, viu que não tem a capacidade financeira de fazer e vai garantir ao investidor seu retorno de capital. Foi inteligentíssima a proposta de licitação da Fico. Tinha uma barreira para a chegada dos trilhos até aqui e agora essa barreira do monopólio foi derrubada. Em relação às hidrovias, não podemos perder a dádiva divina de ter grandes rios navegáveis no meio da produção de grãos.
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