O presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, afirmou, na tarde desta quarta-feira (18), que a tendência é que o preço do etanol continue cair nas próximas semanas, o que também pode representar a queda no preço da gasolina, que tem etanol anidro na mistura. “Com a entrada da nova safra, há a expectativa de continuidade da redução dos preços do etanol. Não sei para que patamar vai voltar, mas, em 2010, o etanol ficou abaixo de R$ 1 o litro”, afirmou.
Questionado sobre se recente redução do preço do etanol não havia sido uma determinação do governo federal em uma tentativa de conter a alta do preço de combustíveis, Andrade Neto não respondeu a pergunta diretamente, e explicou que a queda foi apenas por causada pela variação do mercado.
“Foi exatamente isso que aconteceu: o preço subiu por causa do anidro, e desceu por causa do anidro”, enfatizou Andrade Neto. “Se vocês olharem os gráficos de queda dos preços do etanol anidro, que tinha chegado a R$ 2,80, na semana anterior a BR anunciar a redução de preço já estava em torno de R$ 1,60. Hoje já tem álcool anidro negociado a R$ 1,25, R$ 1,30”, explicou.
Consumo chegou a ser de 93% de gasolina e 7% de etanol
De acordo com Andrade Neto, o aumento dos preços do etanol e da gasolina é explicado pelo fato de a safra da cana-de-açúcar no Brasil terminar em dezembro, e a produção ser retomada apenas quatro meses depois, em meados de abril, início de maio. “A gasolina subiu não por conta dos preços na refinaria da Petrobras, mas por causa do aumento do preço do etanol”, acrescentou ele.
Por conta da alta, Andrade Neto disse que o consumo de gasolina chegou a ser de 93%, no final de abril, contra 7% de etanol. “Até dezembro de 2010, as vendas da BR eram de 75% de gasolina, e 25% de etanol”, explicou. “Agora, o consumo de gasolina já está abaixo de 90%, e o álcool passou a ser mais competitivo”, acrescentou.
Aumento da frota de carros flex pressiona preço do etanol
O aumento da frota de carros flex é outro fator que pode contribuir para pressionar o preço do etanol, e fazer com que ocorra uma queda menor, mesmo com o aumento da produção. “A demanda vem crescendo. A frota de automóveis flex no Brasil vem crescendo. A questão é que a produção de álcool foi menor do que a demanda”, comentou.
“Como tendência, já que a safra está começando, é os preços continuarem em queda”, afirmou o presidente da BR. “Assim que houver um momento em que a gente julgue adequado fazer uma nova redução, provavelmente faremos”, disse Andrade Neto, sem especificar o quanto o preço cairia, nem quando.