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Um adolescente infrator que cumpre medida socioeducativa no Centro Socioeducativo de Cuiabá, conhecido como Complexo do Pomeri, em Cuiabá, iniciou uma rebelião na unidade na noite de segunda-feira (7), depois de manter um colega refém na Ala 6.
Foto/Chico Ferreira/Arquivo |
O rapaz que era ameaçado com armas artesanais (chuços), só foi liberado depois de negociação com a juíza da 1ª Vara Especializada da Infância e Juventude da Capital, Gleide Bispo Santos.
A rebelião ocorreu por volta das 20h30, logo após o jantar. Equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionada para conter a crise, que foi contornada depois de conversa entre a juíza e o menor.
Conforme a juíza, o motim foi iniciado devido conflito com agentes monitores que fizeram o plantão anterior, segundo informou o adolescente, que disse ainda que foi privado de comida e água durante o dia todo. Entretanto, os agentes afirmam que os jovens se desentenderam, e houve vingança.
A juíza decidiu liberar a entrada de um maço de cigarros na unidade como parte das negociações, pois o jovem exigia um cigarro. Essa atitude revoltou os agentes monitores, que afirmam que a medida descumpre as normas de disciplina no local.
Em entrevista ao repórter José Porto, da TV Record, a juíza alegou que não via mal na atitude, perante uma situação em que um jovem corria risco de morte. “Só foi um cigarro, como parte da negociação, melhor do que morrer alguém”.
Em contrapartida, o presidente do Sindicato dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado (Sindpss), Paulo César de Souza, alega que a medida só aumenta as exigências dos jovens. “Eles simulam tudo, simulam brigas, e mentem que passam fome, só para fazer exigências”.
Souza acrescentou que a categoria está revoltada com o tratamento recebido e que caso não veja solução, pode deflagrar greve. Na sexta-feira (11), os agentes monitores devem realizar protesto em frente à unidade.