Em assembleia-geral na tarde de quinta-feira (7), em Cuiabá, investigadores e escrivães da Polícia Civil decidiram manter a greve por termpo indeterminado, em todo o Estado de Mato Grosso. Apenas 30% dos profissionais continuaram trabalhando nas delegacias e nos Centros Integrados de Segurança e Cidadania (Cisc), nos 141 municípios.
A greve, deflagrada no último dia 1º, está prejudicando diretamente a segurança da população no Estado. A avaliação é do próprio presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil e Agentes Prisionais de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves da Silva.
Conforme o sindicalista, é imperativo que haja uma negociação imediata entre o Governo do Estado e as categorias, para que a população não fique ainda mais prejudicada pela situação.
"Sabemos da situação e entendemos que a greve é prejudicial para a sociedade. Agora mesmo acabei de sair de um velório de um rapaz vítima de um assalto. Com a greve, esses casos ficam ainda pior, mas não sei se vai abalar o Governo do Estado a ponto de nos chamar para conversar", disse.
Segundo o presidente do Siagespoc, apesar de a lei exigir que 30% de todo o efetivo continue trabalhando durante a paralisação, em alguns municípios do interior e até mesmo na Capital, a porcentagem pode significar praticamente a paralisação total. O "caos" se deveria ao número reduzido de investigadores e escrivães.
Os únicos trabalhos mantidos em 100% são das prisões em flagrante, retirada de corpos de vias públicas e residências, bem como a transferência de presos.
A principal reivindicação das categorias é por reajuste salarial. Hoje, o salário para policial Classe A, nível 1, é de R$ 2.365,00. Para aqueles que estão há 15 anos ou mais e alcançaram formação acadêmica ou ainda outras formas de promoção, atingindo o nível 10, Classe E, o salário chega a R$ 5.250,00. O pedido é que o salário inicial para ambos seja de R$ 5.500,00.
"A situação, infelizmente, já é deficitária e com a greve ficou ainda pior. Porém, nosso entendimento é que até agora não houve nenhum avanço em relação às negociações com o Estado".
Tentativas de negociação
Na última terça-feira (5), os grevistas se reuniram com o secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda, que pediu que a paralisação fosse suspensa.
Além desta tentativa, o secretário da Secretaria de Estado de Administração (SAD), César Zílio, havia proposto um aumento salarial de 4% em dezembro, 6% em maio do próximo ano, 10% em maio de 2013 e 10% em maio de 2014. A categoria repudiou.