Polícia Judiciária Civil encaminhou inquérito policial sobre as investigações do assassinato da juíza Glauciane Chaves de Melo, 42, ao Fórum da Comarca de Alta Taquari (479 km ao norte de Cuiabá).
Após o crime, Evanderly fugiu, deixando o revólver próximo ao Fórum. Ele foi encontrado em uma região de mata, na zona rural do município, após mobilização das policia civil e militar.A juíza foi morta no dia 7 de maio deste ano, dentro do Fórum da cidade, onde atuava, pelo ex-marido, Evanderly de Oliveira Lima, 43. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe, com recursos que dificulte ou torne impossível à defesa da vítima.
João Ferreira Borges Filho, delegado responsável pelo caso acredita que o ex-marido premeditou a morte da magistrada. O revólver calibre 38, utilizado no crime foi comprado depois da separação do casal.
Dez pessoas foram ouvidas no inquérito, entre funcionários do Fórum, policiais que efetuaram a prisão, amigos próximos à juíza e uma pessoa que teria sido procurada pelo suspeito para comprar a arma.
Evanderly, que é natural de Contagem (MG) foi interrogado logo após ser preso e se reservou no direito de permanecer calado e somente falar em juízo. Mas durante a reconstituição de local de crime, feita a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), o suspeito acabou revelando alguns detalhes do crime ao delegado Arnaldo Agostinho Sottani, responsável pelo trabalho acompanhado da perícia técnica.
O preso contou que nos 3 dias que esteve foragido, se escondeu na mata, utilizando-se de roupa camuflada, e capim seco para se encobrir durante o dia e andando à noite para não ser localizado pelos policiais que faziam o cerco.
Durante a reconstituição, o suspeito disse informalmente ao delegado Arnaldo Agostinho Sottani, que foi até o Fórum para conversar com a magistrada, pois não concordava com a separação e que desejava retomar o casamento.
Conforme o delegado, mesmo não confessando formalmente durante interrogatório, o preso acabou relatando na reconstituição de local de crime, que já estava saindo do gabinete quando a juíza veio atrás e aí sacou a arma e efetuou dois disparos que atingiram a nuca da magistrada. “A partir daí ele diz não se lembrar de mais nada”, disse Sottani.
Ao delegado, o preso relatou que pensou em se entregar, mas teve medo de morrer por conta do cerco policial. Ele disse também que está arrependido e não se lembra de muitos detalhes do crime. Conforme Sottani, o acusado foi autuado em flagrante por homicídio qualificado, motivo torpe, sem direito de defesa da vítima. “A perseguição seguiu do momento do fato até agora”, esclareceu Arnaldo Sottani.
De acordo com o delegado, Evanderli foi Bombeiro Militar em Minas Gerais, tem curso de socorrista e treinamento de sobrevivência na mata, por isso tinha condições de permanecer escondido por todos esses dias. Ele está preso no anexo II da Penitenciária Central do Estado (PCE) em Cuiabá. (Com PJC) I.B