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A Polícia Civil investiga supostas ilegalidades na aquisição e utilização de combustíveis por parte da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Nesta quinta-feira (17), o delegado Rogers Elizandro Jarbas ouviu o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, delator da operação Ararath e vencedor de pregões para o fornecimento do combustível à Casa de Leis.
Segundo o delegado, o depoimento de Mendonça foi bastante revelador, auxiliando nos trabalhos de investigação. Jarbas explica que as supostas ilegalidades não estão nos valores pagos pela AL pelo combustível, mas na quantidade adquirida em relação à frota de veículos mantida pelo Legislativo. “O formato em que era feita essa compra é que é o alvo do nosso trabalho. Temos indícios de que há ilegalidade por trás destas aquisições”.
O delegado, que atua na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários, ressalta que estão sob investigação os contratos firmados entre os anos de 2009 e 2013. “Neste sentido, o depoimento de Mendonça elucidou a forma que era entregue este combustível, por tíquetes, quem solicitava estes tíquetes, a quantidade de cupons emitidos, bem como quem recebia este material, depois de emitido pela empresa dele”.
Conforme palavras do empresário a Jarbas, a quantidade de tíquetes era pedida sempre pelo 1º secretário da AL, responsável pela emissão das ordens e era ele quem recebia os tíquetes e fazia a distribuição dos cupons internamente para o atendimento da demanda. Milhões de litros de combustíveis foram adquiridos no período para o atendimento aos cerca de 30 veículos mantidos pela Casa.
Nos 4 anos, ocuparam o cargo o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ex-deputado, Sérgio Ricardo, e o parlamentar José Riva (PSD). A investigação não possui nenhuma ligação com os trabalhos, conduzidos pelo Ministério Público Federal (MPF), relativos à operação Ararath.
Mendonça, proprietário de uma distribuidora de combustíveis, ganhou o status de colaborador premiado, após acordo com os procuradores do MPF. Com base em documentos apreendidos com ele e em seus depoimentos, foi possível aos investigadores encontrarem indícios de uma rede, envolvendo políticos e empresários, suspeitos de cometerem crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.