Plantas venenosas podem ser usadas na cura de doenças e na culinária

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Boa-noite, nome de uma espécie nativa de Madagascar,
é empregada no tratamento de vários tipos de câncer

 
As características, aspectos culturais, histórias e lendas que envolvem o uso das plantas pelo homem, em especial, as espécies venenosas são contadas no livro Venenosas – plantas que curam e que matam (editora Senac), do biólogo Gil Felippe.

No livro, o autor desmistifica o uso destas plantas, mostrando que se algumas podem matar, outras podem ser importantes na cura de doenças e até serem usadas na culinária. Tudo isso no ponto de vista da botânica, de maneira bem-humorada.

– Em geral tudo é uma questão de dosagem, de discernimento, de precisão de competência, diz Gil Felippe.

Ao explorar o tema, o especialista debate sobre a boa-noite, nome de uma espécie nativa de Madagascar. Cultivada pelo mundo afora como planta ornamental, é empregada no tratamento de vários tipos de câncer, entre eles, leucemia, câncer de pele, linfático e de mama. A dedaleira, originária da Europa, também é um exemplo de sucesso na medicina. Usada contra insuficiência cardíaca, contém digitalina, que age aumentando a intensidade das contrações dos músculos cardíacos. 
Culinária

 

Na culinária, por exemplo, as plantas venenosas são utilizadas com tranquilidade quando a parte que contém substâncias perigosas é retirada ou o efeito da toxina é removido. A batata é um caso bem comum, pois contém solanina, substância venenosa encontrada em alta concentração embaixo da casca do tubérculo. Para destruir a toxina é preciso cozinhar a batata em alta temperatura, acima de 170º C.

O autor explica que alguns tipos de plantas domesticadas e úteis para a maioria da população podem ser nocivas para um grupo específico, como, por exemplo, o glúten (encontrado no trigo, cevada e centeio), considerado um perigo para os portadores de doença celíaca.

Por meio de receitas como broto de samambaia refogado, pirão de banana, bolo de mandioca, pudim de ruibarbo, creme de uva-passa, maniçoba, frigideira de maturi e compota de peras, o biólogo explica como é possível ingerir alimentos até então venenosos.


 

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