PF apreende R$ 247 milhões em promissórias

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Sissy Camboim/A Gazeta


Relatório da Polícia Federal (PF) acerca do inquérito que apura crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro em Mato Grosso destaca que 72 notas promissórias foram encontradas na casa do ex-secretário de Estado, Eder Moraes (PMDB), durante cumprimento de mandado de busca e apreensão.Contudo, a reprodução do material apreendido dá conta de 77 notas promissórias, que somam a vultuosa marca de R$ 247,756 milhões.

As cifras milionárias levam a PF a crer que o peemedebista seria o grande operador do suposto esquema, já que era ele o responsável por resgatar os valores operados e, ainda, que contava com apoio de outras pessoas para tamanha movimentação financeira. “(…) em razão da quantidade e valores envolvidos, Eder Moraes não estaria agindo sozinho, sendo plausível que, de fato, estaria agindo em nome de Blairo Maggi e Silval Barbosa”, diz trecho do inquérito da PF.

Apenas uma das notas trazia a expressiva quantia superior a R$ 49,763 milhões, emitida em 19 de novembro de 2009, com data de vencimento marcada para o mesmo dia. Outra delas aponta uma operação de mais de R$ 40,668 milhões com vencimento datado de 9 de outubro de 2008 e anotações referentes a um pagamento que seria realizado em 3 parcelas com vencimento no dia 10 dos mês anterior ao prazo de seu vencimento.

Apesar de não estar assinada, uma das notas promissórias apreendidas, no valor de R$ 29,359 milhões, ostentava o nome do governador Silval Barbosa (PMDB). Esta nota tinha como data de vencimento 30 de novembro de 2010, data posterior à sua reeleição. A maior parte das notas apreendidas com o ex-secretário indica uma intensa operacionalização financeira no ano de 2009, quando foram emitidas e venciam a maioria. As operações ocorreram entre 2008 e 2011.

Em alguns casos, notas diferentes discriminavam mesmo valor, data de emissão e data de vencimento. Em que pese se tratar de altos valores, o prazo entre emissão e vencimento, geralmente, era curto, às vezes, com poucos dias de diferença. O verso das notas ainda continha anotações referente ao endosso dos pagamentos. Em uma delas, por exemplo, estava escrito a próprio punho: “Amigão, irmão, brother! Assunto G.F. 1,3 mm sem problemas. 60 dias”. Outra anotação que chama atenção, conforme detalhado posteriormente no inquérito, é uma referência a um apartamento em Jurerê (SC) e, logo abaixo, “ok, Lte, Anglisey”, referência à proprietária do referido apartamento e esposa do ex-deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), a quem pode ser atribuída as iniciais da outra anotação.

Além das notas apreendidas em posse de Eder, o empresário Junior Mendonça, apresentou originais de notas promissórias emitidas como garantia de empréstimos em altas somas para o núcleo político. Uma delas também tinha Silval como avalista e era referente ao montante de R$ 702 mil. Prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) assinou promissória de mais de R$ 3,890 milhões como garantia de um empréstimo realizado junto à Comercial Amazônia de Petróleo. Ainda havia uma nota de R$ 4 milhões assinada por Eder. As transações referentes à emissão das notas promissórias, tanto as apreendidas em posse de Eder, quanto as emitidas por Junior Mendonça, ainda estão sob investigação.

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