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A região de Juína e Juara (735 e 709 km, respectivamente, a Noroeste de Cuiabá) pode apresentar uma reserva de ferro na ordem de 5 bilhões de toneladas. A perspectiva foi mostrada no dia 28 de fevereiro passado, em Cuiabá, durante seminário sobre mineração.
De acordo com o presidente da IMS Engenharia Mineral, de Minas Gerais, Juvenil Tibúrcio Félix, as primeiras análises revelaram teores entre 35% a 57% de ferro. A estimativa é que sejam 2 bilhões de toneladas em Juína e de 3 bilhões de toneladas em Juara.
Outra vantagem, segundo Félix, é que as reservas não teriam outros minerais contaminantes, que poderiam dificultar a extração da matéria-prima. Depois destes estudos, o próximo passo é dimensionar as reservas e realizar estudos de viabilidade econômica.
Apesar disso, em entrevista , o superintendente de Minas, da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Joaquim Moreno, afirmou que é preciso cautela em avaliações dessa categoria.
Conforme Moreno, os números são apenas estimativas e a Sicme ainda não considera a região como área de reserva de ferro.
"Já fizeram furos de solo, mas, só quando for encerrada a pesquisa, é que será possível afirmarmos se é reserva, jazida ou nenhuma das duas. Por enquanto, são números que não podem ser considerados verdadeiros", disse.
A possibilidade de minério de ferro no Estado, ainda assim, acende possibilidades para avanços na economia. De acordo com o superintendente de Minas, atualmente, o ferro tem valor maior que do ouro no mercado.
"O minério de ferro vale mais do que ouro, já que a demanda por ele é muito grande, atualmente, no mercado. Portanto, traria reflexo no crescimento de Mato Grosso", observou.
Pré-sal de Mato Grosso
Caso a reserva de minério de ferro seja comprovada na região de Juína e Juara, esta será a segunda reserva de minério de importância econômica encontrada em Mato Grosso.
Em setembro do ano passado, o governador Silval Barbosa anunciou, com entusiasmo, uma reserva de 427 milhões de toneladas de fosfato (fósforo) e 11.500 bilhões de toneladas de ferro, na Serra do Caeté, próxima a Mirassol D'Oeste (300 km a Oeste de Cuiabá).
Na ocasião, Silval chegou a tachar a descoberta como "pré-sal de Mato Grosso", já que a área é maior que a jazida de Carajás, no Pará, considerada a maior a céu aberto do mundo, com reservas de aproximadamente 5 bilhões de toneladas de minério, segundo a Vale do Rio Doce.
No entanto, na mídia nacional, à época, após o anúncio do governador, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) negou que estivessem comprovados as medidas da reserva e o potencial anunciado pelo Governo do Estado.
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