A ex-mulher do promotor argentino Alberto Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado, afirmou nesta quinta-feira (05/03) que ele não se suicidou nem morreu de forma acidental, mas foi assassinado “sem sombra de dúvidas”. A afirmação foi feita com base em perícia independente, contratada pela família.
“Nisman foi morto, e a sua morte é um magnicídio de proporções desconhecidas que merece respostas da parte das instituições da República”, afirmou Arroyo Salgado, que convocou a imprensa para apresentar as conclusões a que chegaram os peritos escolhidos pela família para acompanhar as investigações. “Alberto Nisman não se suicidou. Ele foi morto.”
Segundo Arroyo Salgado, com base nas análises das provas coletadas no apartamento, as hipóteses de acidente ou suicídio são descartadas. Ela, as duas filhas que teve com o promotor e a mãe dele formam a parte querelante da causa que investiga a morte.
A juíza diz que Nisman não morreu de forma instantânea, mas agonizou. O corpo dele não apresentava espasmo cadavérico, foi movido da posição original e não havia presença de álcool no sangue.
Nisman foi encontrado morto em seu apartamento, com um tiro na cabeça, em 18 de janeiro, quatro dias depois de ter denunciado a presidente Cristina Kirchner por suposto acobertamento dos suspeitos iranianos pelo atentado contra a associação judaica Amia, em Buenos Aires, em 1994. Nisman morreu um dia antes de se apresentar no Parlamento para detalhar a denúncia.
Na semana passada, a Justiça argentina rejeitou a denúncia contra a presidente Cristina Kirchner. Após a morte de Nisman, o promotor Gerardo Pollicita assumiu o processo e formalmente havia reenviado as acusações. Na última quarta-feira (05/03), ele decidiu recorrer da decisão.
No requerimento, ele considera que a decisão do juiz Daniel Rafecas “descarta de forma antecipada e prematura as hipóteses trazidas a conhecimento através da denúncia” de Nisman.