As pequenas empresas empregaram duas vezes mais em 2008 do que há 19 anos, com 31,1 milhões de ocupações geradas contra 14,1 milhões de 1989. No entanto, o crescimento no número de empregos não veio acompanhado de uma melhora nos salários dos trabalhadores.
No período, a renda média dos ocupados diminuiu 17,5% e 1 milhão de brasileiros ficaram mais pobres, mesmo trabalhando, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Em 2008, as pequenas empresas (que empregam até dez funcionários) eram 31,1 milhões, volume 2,1 vezes superior ao registrado em 1989 – quando fechou em 14,1 milhões. Dos 16,9 milhões empregos gerados por todas as empressas neste período, incluindo as de grande, médio e pequeno porte, 55,4% estão nas pequenas empresas.
A informalidade ainda é muito presente nas pequenas empresas. Somente 29,4% do total de vagas contratam os funcionários com carteira assinada. Do lado dos patrões, a situação inverte: 55,8% dos empregadores contam com proteção trabalhista.
A maioria dos pequenos empreendedores, no entanto, ainda prefere trabalhar sozinho. Do total de pequenas empresas no país, 48,7% são de pessoas que trabalham por conta própria.
Por Estado
O Estado de São Paulo continua sendo a unidade da federação com o maior número de pequenas empresas no país. No entanto, houve diminuição na participação do Estado entre 1989 e 2008, tendo passado de 32,7% para 24,1%. O Paraná teve o maior crescimento na participação, de 6,4% em 1989 para 11,9% em 2008.
Os trabalhadores mais jovens foram os que mais se beneficiaram pela geração de postos de trabalho. Entre 1989 e 2008, quase 58% das novas vagas de emprego foram para trabalhadores com idade entre 25 a 49 anos. Somente 1,7% dos postos foram para trabalhadores com até 24 anos.
O comércio ainda é o grande impulsionador de empregos nas pequenas empresas, responsável por 45% de todas as vagas, enquanto o setor da construção civil ocupou o segundo lugar na geração de postos com 15,4%.
Os trabalhadores com Ensino Médio foram os mais contratados pelas pequenas empresas (54%), entre 1989 e 2008, seguidos pelo de ensino fundamental (29,6%). Os trabalhadores com ensino superior ocuparam 3,1 milhões de vagas (18,3%).