Ranking do projeto Excelências, realizado pelo portal Transparência Brasil, aponta que deputados estaduais de Mato Grosso possuem o maior patrimônio médio entre as Assembleias Legislativas de todo o Brasil. Segundo a pesquisa, a média do patrimônio declarado dos 24 parlamentares do Estado, eleitos em 2006, ultrapassa os quatro milhões. Sendo mais exato, R$ 4.283.677.
Na pesquisa, Mato Grosso aparece à frente de grandes capitais como São Paulo, que possui média patrimonial dos deputados de R$ 1.195.115, e Rio de Janeiro, com R$ 582.349. Atrás de Mato Grosso, nas primeiras posições, aparecem os estados do Mato Grosso do Sul (R$ 2.258.336), Pará (2.207.527) e Minas Gerais (2.091.723), cidades com economia predominantemente ligada ao agronegócio.
Os dados do levantamento foram retirados dos registros de candidatura feitos no ano de 2006 junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Após o registro das candidaturas, o Diário realizou um comparativo com a eleição anterior, a de 2002.
Chama atenção o número de deputados milionários. Na maioria dos casos, os parlamentares executam tarefas rentáveis além da atividade parlamentar. A pesquisa do Projeto Excelências comprova isso ao revelar que oito (35%) deputados estaduais de Mato Grosso são ruralistas e quatro (17%) são concessionários de rádio e TV – atividades que exigem alto poder aquisitivo.
Citado em outras pesquisas um dos deputados estaduais mais ricos do país, o pedetista Otaviano Pivetta é um dos responsáveis pela alta média patrimonial dos parlamentares do Estado. Proprietário do Grupo Vanguarda, ele declarou em 2006 ter um patrimônio estimado em R$ 82 milhões.
O atual presidente da Assembleia, deputado José Riva (PP), também pode ser chamado de milionário com base na sua declaração de bens. O progressista declarou ter com um capital de R$ 2,481 milhões, em 2006.
Gera curiosidade a comparação da declaração de bens do deputado Mauro Savi (PR). Em 2002, ele declarou que possuía um patrimônio avaliado em R$ 2,124 milhões e, quatro anos depois, reduziu os bens para R$ 132,5 mil, o que significou uma perda de 93,76% do seu patrimônio. Outro parlamentar que já pode ser chamado de milionário é o democrata Dilceu Dal Bosco, que em 2006 declarou possuir bens que totalizam R$ 985,6 mil.
Na contramão dos milionários, a pesquisa revela que a professora Vilma Moreira (PSB) – que assumiu a vaga após a saída de Chico Galindo (PTB) que concorreu à prefeitura de Cuiabá – apresentou expressiva redução de 51,4% do patrimônio entre 2006 e 2008. De R$ 72 mil, a socialista passou a declarar R$ 35 mil em bens. Cifras que passam longe do que foi declarado por outros deputados.
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