OPERAÇÃO GEIA Incra não sabe se há envolvimento de servidores

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Lis Ramalho/GD

Em dezembro de 2013, a Polícia Federal deflagrou a operação “Geia”, na Superintendência Regional, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cuiabá, que apura a falsificação de títulos agrários. O superintendente, Valdir Barranco informou que ao receber um ofício da PF, em 2010, imediatamente instaurou um procedimento para apurar a veracidade dos títulos.

A comissão administrativa apurou que os títulos eram falsos e notificou a Polícia Federal. Segundo Barranco, os títulos foram expedidos em 1993 e 1994.

“Até o momento não sabemos se há participação de servidores do Incra, mas sabemos que há títulos falsificados de 20 anos atrás. Solicitamos de Brasília recursos para que possamos designar uma equipe até as unidades que estão com títulos falsos para fazer os levantamentos”, destacou.

Operação Geia

A Polícia Federal cumpriu, no dia 18 de dezembro de 2013 , 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Cáceres/MT, nas cidades de Pontes e Lacerda, Cuiabá, Rondonópolis, no estado de Mato Grosso, e Rolim de Moura, em Rondônia.

A operação, batizada de “Geia”, teve como objetivo o combate à falsificação de títulos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), os quais eram realizados para obter o registro de imóveis de terras que haviam sido arrecadadas pela União, falsidade documental, estelionato, associação criminosa, oferta de terras irregulares como compensação de áreas perante a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e apropriação de terras públicas.

Durante a investigação, apurou-se que negociadores gerenciavam a venda das terras, agenciando compradores e cuidando para que as terras tivessem seus registros atualizados perante as repartições públicas competentes.

No caso, agentes públicos seriam os responsáveis por facilitar as fraudes e os registros, conferindo veracidade às informações constantes nos documentos apresentados. Averiguou-se, ainda, quegrileiros patrocinavam as invasões e persuadiam pessoas a adentrarem na posse das terras.

A organização criminosa contaria ainda com assessores técnicos, constituída por advogados, que davam orientações quanto ao trâmite jurídico, e laranjas, que emprestavam seus nomes para figurarem como proprietários.

O nome da operação foi extraído da deusa grega que simboliza a terra, em face dos delitos apurados envolverem fraudes relacionadas a títulos falsificados do Incra.

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