Oficiais de Justiça entram em greve em Mato Grosso

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Os 21 oficiais da Justiça Federal do Trabalho em Mato Grosso, lotados em Cuiabá, aderiram na segunda-feira (20) à greve dos servidores do Poder Judiciário Federal, que começou na última quarta-feira (15).

Entre as exigências da categoria está reposição salarial de 56%, referente à inflação acumulada desde 2006, e arquivamento imediato do PL-549/2009, projeto de lei que prevê um "congelamento salarial" por dez anos, e que já passou pelo Senado e tramita agora na Câmara Federal.

Até agora, os oficiais são os únicos a aderirem 100% do movimento grevista, que, de forma geral, possui 30% dos servidores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Justiça Federal e Justiça Eleitoral.

Apesar da totalidade dos oficiais de Cuiabá em greve, a presidente da Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais no Estado de Mato Grosso (Assojaf-MT), Mari Rockenbach Ribeiro, informou que o mínimo exigido para que o movimento seja considerada legal está sendo cumprido.

"Estamos trabalhando em forma de escala e com 30% dos nossos servidores. Além disso, vamos cumprir o que tiver caráter emergencial, como mandados e liminares que exijam certa urgência", disse.

De acordo com Mari, a greve pode afetar a população quanto à demora de ações que não sejam tão urgentes. "Vai acabar demorando um pouco mais a execução de algumas ações, em virtude exatamente de que não estaremos trabalhando com 100% da equipe. Os casos de penhora são um exemplo", explicou a sindicalistas.

Eleições sob risco

Atualmente, os órgãos do Judiciário Federal englobam 1.049 servidores, instalados em 51 municípios. Destes, 804 são sindicalizados e, segundo o presidente do do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal de Mato Grosso (Sindijufe/MT), Pedro Aparecido de Souza, estima-se que 300 aderiram à greve.

"No dia 28 de setembro, uma caravana do Judiciário federal de todo país estará em Brasília para reivindicar as pautas ao Governo Federal. Já temos um ônibus fechado para a data", afirmou Pedro.

Segundo o presidente, caso a greve prossiga e haja adesão maior dos servidores, as eleições do dia 3 de outubro podem ser comprometidas. Mesmo sem querer interferir no processo eleitoral, Pedro observou que o movimento pode agregar funcionários ligados diretamente às eleições.

"Não temos intenção nenhuma de paralisar ou prejudicar as eleições, mas o dia 23 próximo é o prazo final para o lacre das urnas e também para a reimpressão do título de eleitor. Já nas eleições em si, imagina se a grande porcentagem de funcionários em greve for do setor de informática", alertou, na semana passada, quando foi anunciada a greve.

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