Obesidade complica tratamento da dengue, dizem especialistas

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Especialistas alertaram nesta sexta-feira (3) que o tratamento da dengue se tornará mais difícil no futuro, por causa da crescente tendência das pessoas ao sobrepeso e à obesidade.

Vítimas da dengue, doença transmitida por mosquito e que pode ser letal, sofrem da chamada permeabilidade capilar, em que há vazamento dos vasos sanguíneos para os tecidos contíguos, provocando dificuldades respiratórias e complicações em órgãos vitais, como cérebro, fígado e rins.

Esses sintomas em pessoas com sobrepeso indicam maior risco, disse Jeremy Farrar, professor de medicina tropical e diretor da Unidade de Pesquisas Clínicas da Universidade de Oxford no Vietnã, após participar de uma conferência sobre a dengue em Cingapura

– Em pessoas com índice de massa corporal elevado, seus capilares são intrinsecamente mais propensos a vazarem, o que é agravado numa infecção por dengue.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que haja 50 milhões de casos de dengue por ano no mundo. Cerca de 500 mil desses são casos graves, da chamada dengue hemorrágica, e há cerca de 22 mil mortes por ano, especialmente entre crianças.

O tratamento de cada paciente custa em média US$1.394 (R$ 2.359), e a doença gera a perda de pelo menos dez dias úteis a cada caso. O vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, é endêmico em mais de cem países, onde vivem 2,5 bilhões de pessoas.

Não existe cura nem vacina para a dengue, mas o laboratório Sanofi-Aventis está no estágio final do desenvolvimento clínico de uma possível imunização.

Lam Sai Kit, virologista e professor emérito da Universidade da Malásia e presidente da entidade Dengue v2V, que reúne especialistas no assunto defendeu uma maior vigilância contra a doença e contra o ônus que ela acarreta.

– As pessoas precisam monitorar a situação adequadamente, do contrário nunca se perceberá a gravidade do problema ou do ônus da doença. A não ser que haja conscientização de que se trata de um problema, e que isso seja amparado por estatísticas, não há como o governo cogitarem (bancar) a vacinação.

 

 

 

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