Alguns fatores, como sexo, peso, alimentação e genética, interferem no metabolismo da bebida alcoólica
Ao contrário do que muitos pensam, banho gelado, café e horas de sono não aceleram a metabolização do álcool, conforme garante o psiquiatra Dr. Ronaldo Laranjeiras, professor titular da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e diretor da Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Outras Drogas).
— Esses métodos não funcionam, assim como não há medicamentos que contribuam para acelerar o processo de eliminação da bebida alcoólica no organismo.
Como a fórmula álcool e direção não combina, a Lei Seca se tornou mais rígida e não tolera nenhuma gota de bebida. Caso o motorista da vez burle a regra, o dr. Laranjeira explica que a cada dose consumida o indivíduo deverá esperar uma hora para que o fígado consiga metabolizar a bebida.
— Se a pessoa ingerir cinco copos de cerveja, a metabolização total do álcool será de cinco horas. Se a ingestão for de 12 copos, a espera deve ser de 12 horas.
Como a absorção e metabolização do álcool sofrem alterações, pois há interferência do sexo do indivíduo, peso, genética e ingestão de alimentos, a orientação do especialista é deixar a bebida alcóolica de lado e optar pelo refrigerante, suco ou água.
— A eliminação do álcool da corrente sanguínea demora mais na mulher, pois este é absorvido com mais rapidez. Além disso, por possuir mais gordura no corpo, comparado ao homem, a metabolização da bebida alcoólica é mais lenta.
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No caso de bombom de licor e enxaguante bucal, o médico garante que isso não interfere no grau de alcoolismo do motorista, mas pode ser acusado no bafômetro. Segundo o Departamento de Polícia Rodoviária Federal, quando isso acontecer o condutor deve avisar a autoridade sobre o ocorrido. Assim, será realizada uma limpeza bucal com água e após 15 minutos o teste do bafômetro poderá ser refeito.
Mitos e verdades
Quando o álcool é ingerido em grandes quantidades, o corpo sofre desidratação. O melhor modo de amenizar esse sintoma e evitar a ressaca é beber bastante água, avisa a gastroenterologista Dra. Débora Dourado, do Hospital São Luiz.
— Neste caso, manter-se hidratado é importante. Mas vale ressaltar que a água não ajuda na eliminação da bebida no sangue.
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Outros fatores como a velocidade com que se consome a bebida alcoólica e a alimentação interferem na eliminação do álcool.
— Se a pessoa beber com rapidez e em grandes quantidades, a metabolização se torna mais lenta. E quando o estômago estiver cheio, a absorção do álcool será mais difícil, diminuindo sua quantidade na corrente sanguínea.
Riscos
Quem bebe e dirige corre o risco de sofrer graves acidentes no trânsito. Isso se deve ao fato de que o álcool causa a diminuição dos reflexos, perda da memória e falta de coordenação motora, levando o condutor a ficar embriagado e desatento.
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O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também desenvolve sérios problemas em alguns órgãos, explica dr. Laranjeiras.
— A pessoa pode sofrer danos cerebrais, cirrose, hipertensão, arritmia, entre outros problemas cardiovasculares.
*Camila Savioli,