Não vou apertar a mão de Taques em reuniões de bancada, diz Henry

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Brasília

 

 


Pedro Henry mostra que a briga com o xará Pedro Taques não acabou na época da campanha

   O deputado federal Pedro Henry (PP) e o senador Pedro Taques (PDT) terão que se cruzar muitas vezes pelos corredores do Congresso Nacional, nas reuniões de bancada e no plenário durante as votações conjuntas do Senado e Câmara. Mesmo assim, nenhum dos dois está disposto a ter uma relação amigável com o outro. Muito pelo contrário. A rusga entre ambos durante o período eleitoral em Mato Grosso deixou cicatrizes incuráveis.

   Não que os dois tenham se relacionado em algum momento de suas vidas. Aliás, mal se conheciam. A expectativa, no entanto, é que passadas as eleições, pelo menos possam se entender no parlamento. Caso não tenha seu mandato definitivamente cassado, Henry deverá ocupar, a partir de 2011, mais uma vez nova cadeira na Câmara Federal. Taques, por sua vez, foi eleito para oito anos no Senado da República.

   Muito embora sejam Casas Legislativas distintas, ambas compõem o Congresso Nacional e não raro haverá reuniões conjuntas de Câmara e Senado. Fora os encaminhamentos de interesse de Mato Grosso, que devem angariar a participação dos dois num mesmo teto com muita frequência. Um exemplo são as reuniões da bancada e os eventos institucionais.

   Indagado sobre como seria sua relação com o xará, Henry demonstra irritação. "As divergências políticas e eleitorais permanecem", exclamou o deputado. Perguntado se apertaria a mão do ex-procurador na tentativa de manter uma relação amigável, o progressista garante que não. "Não é necessário apertar a mão de ninguém para trabalhar por Mato Grosso", conclui.

   Senador eleito, Taques não quis aprofundar no assunto. "Espero que ele (Henry) seja feliz", se limita a dizer.

   A briga entre Taques e Henry começou depois que a Operação Jurupari, desencadeada pela Polícia Federal, prendeu dezenas de acusados de envolvimento num esquema de extração, transporte e comércio ilegal de madeira em Mato Grosso. Foram 90 mandados de prisão e outro tanto de busca e apreensão. Entre os presos estavam parentes e assessores do deputado estadual e líder maior do PP no Estado, José Riva, entre os quais sua esposa, um irmão e um genro.

   A Operação Jurupari ocorreu em plena campanha eleitoral e foi desencadeada por determinação do juiz Julier Sebastião da Silva, amigo de Taques. Imediatamente as diversas forças políticas contrárias ao ex-procurador se mobilizaram para acusar o juiz federal de preparar a operação para favorecer o amigo em outras operações contra o crime organizado.

   A voz mais furiosa foi a de Henry, do mesmo partido e aliado de primeira hora de Riva. Ele comprou a briga e passou a confrontar diretamente Taques. Estava declarada uma guerra cujas armas foram uma sucessão de declarações na imprensa e até denúncia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Henry era o porta-voz dos que afirmavam que a operação tinha cunho político e favoreceria o ex-procurador da República. Nada se provou e no final ambos foram eleitos e um “cessar fogo” não acordado parece ainda estar vigorando.

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