“Tem de acabar com essa história de Corinthians, de Santos, de São Paulo. Isso aqui é Brasil.” Desabafo de Neymar. Traumatizado com as vaias que ouviu contra a Sérvia. Ele detestou voltar ao Morumbi.
Morumbi…
“Aplaudido? Olha, acho que não…
Como assim?
Tem que acabar com esta história de Corinthians, de Santos, de São Paulo. Eu estou vestindo a camisa da Seleção Brasileira. Isso aqui é Brasil!”
Essas foram algumas das pouquíssimas frases de Neymar.
Ele deixou claro o quanto ainda dura o trauma.
Não se livrou do dia 7 de setembro de 2012.
Os gritos de ‘pipoqueiro, pipoqueiro’ não foram esquecidos.
Neymar estava visivelmente irritado hoje.
Pouco importava a vitória diante da Sérvia.
Ter distribuído aos companheiros camiseta da sua grife.
Cujo singelo nome é Toiss.
Neymar queria era desabar sua raiva da torcida paulistana.
Não se conformou com o que ouviu.
Era nítido o trauma.
Ele nem foi tão vaiado assim.
Apenas não teve o apoio que esperava.
Neymar estava voltando a jogar em São Paulo.
A sua terra.
Voltando como ídolo mundial.
Acreditava que tudo mudaria.
Teria o carinho da torcida em um local que sempre foi vaiado.
Nem precisava ser com a camisa da insegura Seleção de Mano.
Com o Santos foi perseguido pela do São Paulo.
Hoje acreditava que seria sua vingança pessoal.
Desde a entrada para o aquecimento ele estava estranho.
Foi aplaudido e não retribuiu o carinho da torcida.
Não agiu como em Goiânia, por exemplo.
Nada de acenos, sorrisos.
Ele estava focado.
Queria jogar.
Os 22 anos vieram à tona de maneira inesperada.
Teve muita falta de sorte.
Teria como inimigos o gramado encharcado e os sérvios.
Eles não vieram ao Brasil a passeio.
Queriam testar sua força contra o time pentacampeão do mundo.
Montaram duas linhas de quatro.
E entraram nas divididas com muita força.
Sem tirar o pé, poupar ninguém.
Principalmente o jogador mais habilidoso.
Capaz de humilhar seus marcadores.
Os pontapés vieram rápido.
Logo aos dois segundos.
E foi assim até os 35 minutos do segundo tempo.
Saiu para dar lugar a Bernard.
Foi nesse instante que ouviu vaias e aplausos.
Seus ouvidos só prestaram atenção no que queria.
Nas vaias.
Sua falta de alegria foi nítida ao passar pelos jornalistas.
Queria logo se livrar das perguntas.
Ouviu algumas, respondeu mecanicamente.
Só desabafou com vontade quando ouviu uma questão.
Que foi exatamente o contrário do que esperava.
Mas servia.
“Neymar que tal ser aplaudido no Morumbi? Justo depois de ter sido tão vaiado naquele jogo contra a África em 2012?”
Aí veio o desabafo.
Vale lembrar que daqui seis dias ele voltará a São Paulo.
Desta vez no Itaquerão.
Lá o desabafo continuará valendo.
Mais importante do que nunca.
“Tem que acabar com esta história de Corinthians, de Santos, de São Paulo. Eu estou vestindo a camisa da Seleção Brasileira. Isso aqui é Brasil!.”