Na volta do Fenômeno aos campos

 

Quem foi rei nunca perde a majestade. O antigo dito popular encaixa-se perfeitamente ao atacante Ronaldo, camisa 9 do Corinthians. De volta aos campos neste domingo (17), após um mês e meio de inatividade, o pentacampeão não chegou a ter participação brilhante no empate sem gols contra o Guarani, mas mostrou que não esqueceu como incomodar os zagueiros.

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O R7 acompanhou atentamente os movimentos do jogador, ainda longe da forma física ideal que o consagrou como um verdadeiro fenômeno, e relata abaixo os principais momentos de Ronaldo no gramado do Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas.

O Fenômeno começou a partida meio fora de ritmo. Aos 39s, tentou passe com o peito para Moacir, mas deu nos pés do adversário. Pouco mais tarde, aos 3min, marcado por dois jogadores do Guarani, fez o passe, mas entregou para o bugrino Paulo Roberto, que acompanhava atentamente o lance.

O talento do jogador, que já foi eleito melhor do mundo pela Fifa em três oportunidades, começou a aparecer aos 4min, quando balançou os braços e pediu lançamento na área, mas não foi atendido. Dez segundos depois, após cruzamento da esquerda, dividiu com o goleiro Douglas e fez o gol, mas viu o lance ser invalidado pela arbitragem, que anotou impedimento.

Ronaldo não se abateu e continuou esbanjando vontade para mostrar que o Corinthians não é o seu spa, como insinuou a torcida no sábado (16). Aos 6min, gingou para cima do marcador como nos bons tempos e chutou forte, de pé canhoto. A bola desviou na defesa e saiu em escanteio.

Ronaldo voltou a balançar as redes aos 19min após cruzamento de Moacir, mas a arbitragem, mais uma vez, anotou impedimento, desta vez bastante duvidoso, e estragou a festa do camisa 9, que ficou resignado com a marcação.

Incansável, o atacante tentou de novo aos 22min, após dar duas fintas no lateral Márcio Careca. O chute, desta vez com a perna esquerda, não saiu com a qualidade costumeira, e o goleiro Douglas respirou aliviado ao ver a bola sair pela linha de fundo.

Antes da descida para o vestiário, o Fenômeno participou mais três vezes da partida. Aos 38min, tentou tabela com Elias, mas, na hora de lançar o camisa 7, perdeu o tempo da jogada e pegou o companheiro em impedimento. No último minuto, cobrou falta com violência, na barreira e, já nos acréscimos, dominou uma bola no peito com categoria, mas errou o passe.

Refresco
Depois de tomar uma água de coco de caixinha já no gramado do Brinco e se refrescar, Ronaldo demorou para se reencontrar na partida e apareceu pela primeira vez na etapa final somente aos 10min, observando cruzamento mal feito de Leandro Castán passar por sobre o travessão do goleiro Douglas.

O incansável fôlego mostrado na etapa inicial deu espaço para as caretas e à busca pelo ar a partir dos 14min. Mesmo cansado, Ronaldo ficou a poucos centímetros de sair de Campinas como herói aos 25min, ao cabecear rente à trave de Douglas após cruzamento de Danilo.

Um pouco mais tarde, aos 29min, Ronaldo falhou no domínio, mas conseguiu servir Moacir dentro da área. Atabalhoado, o lateral-direito, perseguido pela torcida, furou com o gol vazio, para desespero do Fenômeno.

Ronaldo não corria como na etapa inicial, mas mostrava vontade em completar os 90 minutos de partida. Em três oportunidades, foi questionado por membros da comissão técnica se desejava sair de campo e, com as câmeras de transmissão flagrando suas reações, respondeu que estava bem e queria ficar.

Nos minutos finais, Ronaldo pouco produziu e apenas chamou a atenção ao dar uma bronca no árbitro Sálvio Spínola Fagundes Filho, captada pelos microfones, ao ver o jogador do Guarani adiantar a bola em uma cobrança de falta.

– Ele está te fazendo de palhaço, Sálvio.

Sem ser advertido pelo árbitro, o Fenômeno encerrou sua participação na partida cobrando um escanteio aos 43min. Apesar de todo o esforço, o Corinthians não passou de um empate sem gols. Mesmo assim, a atuação de Ronaldo é um alento para a torcida, que deposita nos pés do pentacampeão a esperança de alcançar o líder Cruzeiro.

Na saída do campo, simplificou sua atuação.

– Não foi a melhor possível, mas está bom.