O deputado Mauro Savi, que deve ser nomeado esta semana na Casa Civil, reforça a participação do PR na gestão Silval Barbosa, embora o atual secretário Eder de Moraes, que vai assumir a presidência da Agecopa, também seja da mesma legenda.
Como é mais político que técnico, Savi receberá uma carga maior de cobrança para, em meio às articulações, manter a base ampla, com a maioria dos partidos no grupo, e ainda "segurar" a rebeldia de membros do governo, parlamentares e prefeitos que já estão com as atenções voltadas às eleições municipais do próximo ano. O governo não tem nenhuma preocupação quanto à Assembleia, já que quase todos os deputados são e continuarão na base.
Ex-líder dos governos Blairo Maggi e Silval na Assembleia, Savi disse "sim" ao convite para ser o principal porta-voz do Palácio Paiaguás motivado pelo seu projeto político. Ele deseja concorrer à Prefeitura de Sorriso, onde começou na vida pública como vereador. A estratégia é, assim que estiver dentro do núcleo do governo, pedir intervenção de Silval Barbosa para reforçar sua pré-candidatura e conseguir adesão ao projeto de três grupos, sendo eles do ex-prefeito Dilceu Rossato, líder nas pesquisas de intenção de voto e filiado ao mesmo PR de Savi; do democrata e secretário de Estado José Domingos (Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar), e também do prefeito Chicão Bedin, do PMDB de Silval.
Ex-prefeito por três mandatos, Domingos já descartou a hipótese de disputar novamente a sucessão em Sorriso. Embora ambos sejam de blocos opositores, a tendência é que o Paiaguás consiga uní-los. Já Chicão, que está com a popularidade em baixa, será convencido a não encarar o projeto de reeleição, o que deixaria Silval livre para subir no palanque de Savi. Dilceu, por sua vez, não abre mão de concorrer novamente para prefeito. São embates internos que Savi vai encarar e pretende usar o cargo de secretário-chefe da Casa Civil para, se necessário, "patrolar" aliados e adversários rumo à cadeira de prefeito. Para evitar conflitos, o governador Silval trabalha nos bastidores para convencer Savi a recuar da ideia de candidatura no próximo ano.
Rateio partidário
A administração estadual segue com rateio dos principais cargos a cinco partidos: PR, PMDB, PT, PP e DEM. Os republicanos têm sete indicados no primeiro escalão, sendo eles Alexander Maia (Meio Ambiente), Cézar Zílio (Administração), Pedro Nadaf (Indústria, Comércio, Minas e Energia), João Malheiros (Cultura), Eder de Moraes, que será substituído por Savi, Arnaldo Alves (Transporte e Pavimentação Urbana) e Francisco Vuolo (Logística Intermodal de Transporte), além dos presidentes de empresas e órgãos vinculados, como Helny de Paula (MTGás), João Justino (Metamat) e Afonso Dalberto (Intermat). O PMDB possui 5 no staff, seguido do PP com 3 e do DEM e PT, com uma secretaria cada.