Movimentos sociais e sindicais de Mato Grosso lançaram, nesta semana, a "Campanha Permanente contra Agrotóxicos e pela Vida". O lançamento ocorreu durante o Seminário Estadual sobre o tema, nos dias 2 e 3 de junho, no Auditório da Associação de Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), em Cuiabá.
A campanha é nacional e já foi lançada em outras capitais. Em Mato Grosso, ela é vista como essencial, já que o Estado lidera o ranking nacional no uso de agrotóxicos. No mundo, o Brasil está em primeiro lugar.
Além do uso dos produtos, o Estado também é o primeiro do país no quesito exposição à população. Enquanto a média nacional é de 5,2 kg de agrotóxicos consumidos por brasileiro, no Estado, anualmente, o mato-grossense é exposto, através de diversos alimentos, a uma média de 50 kg por pessoa.
No Brasil, só em 2009, em torno de um bilhão de litros de venenos foram pulverizados nas lavouras e em Mato Grosso, nesse mesmo ano, mais de 150 milhões de litros. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag).
O alarme disso é que esses venenos podem causar doenças, como câncer, problemas hormonais, problemas neurológicos, má formação do feto, depressão, doenças de pele, problemas de rim, diarréia, vômitos, desmaio, dor de cabeça, problemas reprodutivos e podem, inclusive, contaminar o leite materno, como mostrou pesquisa realizada em Mato Grosso.
Entre os convidados para participar do evento, estão Letícia Rodrigues Silva, da Gerência Geral de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de Brasília, e Pedro Serafim, procurador do Ministério Público do Trabalho na Bahia e coordenador do Fórum Nacional contra o uso de Agrotóxicos.
De Mato Grosso, participam a doutora Michele Sàto (UFMT), doutor Wanderlei Pignati (UFMT), doutor Luiz Scaloppe (MPE) e doutora Eliney Veloso (MPT).