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Polícia Civil descarta a hipótese de que o assassinato do ex-secretário de Infraestrutura do Estado, Vilceu Francisco Marchetti, 60, ocorrido na noite de segunda-feira (7) em uma fazenda nas proximidades do distrito de Mimoso, no município de Barão de Melgaço (113 km ao sul de Cuiabá) tenha outra motivação que não seja a de crime passional.
Arquivo A Gazeta
A afirmação foi feita pelos delegados designados para auxiliar nas primeiras investigações, Anaíde Barros e Walfrido Nascimento, da Delegacia de Homícidios e Proteção á Pessoa (DHPP) de Cuiabá, durante coletiva no final da manhã de hoje (8).
Indagado sobre a possibilidade de “queima de arquivo” – Marchetti foi condenado por atos de improbidade administrativa no processo conhecido como “Escândalo dos Maquinários”, por superfaturamento de R$ 44 milhões na compra de maquinários durante o governo do atual senador Blairo Maggi (PR) – o delegado Walfrido Nascimento descartou a hipótese e afirmou que todas as evidências provam que o crime ocorreu porque o administrador Anastácio Marafon, 53, preso em flagrante, ocorreu porque este ficou furioso, depois que Marchetti “passou a mão nas nádegas” da esposa do acusado.
“Acredito que nesse caso não haverá surpresas, o casal trabalha há muito tempo com o dono da fazenda, o senhor Neri Fulgante, e estavam há poucos dias nessa fazenda, o que houve aconteceu em poucos minutos, em um momento de fúria”, explicou Nascimento.
Além disso, o delegado aponta que o acusado não conhecia Marquetti, nada sabia de sua vida política, e apenas o conhecia como administrador da fazenda. “Eles vieram de outra fazenda, do Sul do país, e o acusado seria o novo administrador”.
A delegada Anaíde Barros ouviu a mulher do administrador, que tem 36 anos e confirmou que o ex-secretário a tocou. “Ela não queria admitir, mas o marido tinha visto de longe a situação e a fez confessar. Quando ela confirmou, ele que estava armado com um revólver na cintura, foi tirar satisfação com Vilceu, que tinha se recolhido para o quarto”, contou Barros.
Ao entrar no quarto, o acusado disse “você ta mexendo com minha mulher” e atirou contra Marquetti, que estava na cama deitado, porém, acordado. Nas oitivas, 10 pessoas foram ouvidas e confirmaram a versão do crime. Conforme os delegados, o dono da fazenda ouviu a conversa e os disparos, mas ficaram com receio e só saíram dos quartos para ver o que estava acontecendo depois de alguns minutos.
Os netos de Marchetti, um adolescente de 14 anos e um menino de 9, também foram ouvidos e confirmaram que depois do suposto assédio, viram o homem nervoso, mas não imaginaram que ele fosse matar o avô.
Depois do crime, o acusado jogou o revólver calibre 38 em um lago e voltou para a fazenda. “Ele permaneceu ali, com os outros funcionários e o dono, mas tentou dar outras versões para o crime que tinha cometido, mas acabou confessando quando estava sendo levado para a delegacia”. O acusado será transferido para uma undiade prisional em Cuiabá.
Os delegados de Cuiabá foram designados para auxiliar nas investigações a pedido do delegado de Santo Antônio do Leverger, que passa a partir de agora a investigar o crime.
