Médico desabafa sobre situação caótica do Hospital Regional de Colíder

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Situação continua tensa no Hospital Regional de Colíder


Apesar da equipe de enfermagem ter recebido e saído da greve, os médicos da ala de ginecologia e obstetrícia estão, segundo o médico Mario de Nitto, com 5 meses de salários atrasados, desde setembro de 2015.
 

Desta forma, os médicos paralisaram o atendimento e a realização dos partos no município foi suspensa. Nitto fez desabafo, destacando que ficou sozinho  no hospital por praticamente 15 dias. “O que pude fazer eu fiz, partos que chegavam nascendo, cesárea de urgência em que os bebês estavam em sofrimento, operando com enfermeira de auxiliar. Mas isso é totalmente impossível e extremamente estressante ficar sozinho de plantão, dia e noite”, afirmou.
 

Desanimado, ele ressalta que fez o que pode fazer para ajudar Colíder e “se a situação perdurar nada me resta fazer do que ir embora para Sinop, como fizeram os pediatras”. O médico afirmou que foi testemunha de situações críticas como levar gestantes em trabalho de parto em ambulâncias sucateadas, arriscando a vida do bebê e da mãe.
 

Muitas vezes, segundo ele,  essas gestantes tem atendimento recusado em outras unidades e vem de volta, em situação pior. “Um dos casos aconteceu semana passada quando a gestante veio com descolamento de placenta de volta para o regional. O bebê sobreviveu porque existe Deus”.
 

O profissional relatou que “vários bebês nasceram dentro da ambulância quando o parto era encaminhado a outro município e isso pode ser comprovado com a enfermeira que acompanhava. O último mês que a ala de ginecologia e obstetrícia recebeu foi setembro de 2015. Todos que faziam parte da equipe só voltam se receberem todos os atrasados. Vieram dois profissionais, um do Mato Grosso do Sul que ao ver a situação do HRCOL foi embora depois de cinco dias e outro GO que veio para ficar sexta, sábado e domingo, ficou apenas sábado e metade do domingo e foi embora”, afirmou Nitto.
 

Ele lamentou pela situação: “Nunca, eu disse nunca, o Regional ficou devendo os médicos de um ano para o outro. Se a Secretaria Estadual de Saúde não quiser ter maternidade no Regional que venha a público dizer isso e não ficar dando datas e prazos que não são cumpridos”.

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EPISÓDIO 1

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