O secretário de Saúde de Mato Grosso, Mauri Rodrigues, pode ser demitido já nas próximas horas. Informações não oficiais dão conta de que o governador Silval Barbosa (PMDB) teria ficado extremamente irritado com a coletiva à imprensa concedida pelo secretário nesta terça-feira (23), quando Mauri afirmou que a pasta não tem o controle sobre o dinheiro público investido nas 7 Organizações Sociais de Saúde (OSSs) contratadas para gerir hospitais do interior há 2 anos.
Relatório do Comitê em Defesa da Saúde Pública aponta que somente em 2012 o governo do Estado destinou a 5 OSSs mais de R$ 122 milhões. “Não temos esta informação do valor do custo e contrato, porque a Secretaria não possui os dados de quanto custa, os médicos, insumos, folha de pagamento, mas sabemos que o cumprimento das metas está sendo realizado e que houve avanço no atendimento”, afirmou Mauri aos jornalistas, causando a ‘ira’ do chefe do Executivo.
Nos corredores da Secretaria de Saúde já é dada como certa a saída de Mauri. Esta não é a primeira vez que Mauri fica na ‘corda bamba’. Indicado pelo PP, ele já perdeu o respaldo dos correligionários que pediram sua exoneração. O pedido de exoneração de Mauri foi apresentado ao governador pelo deputado federal Pedro Henry e pelos integrantes da bancada do PP na Assembleia Ezequiel Fonseca e Antônio Azambuja.
Ainda na coletiva, Mauri afirmou que a pasta não possui dados reais sobre as cirurgias eletivas, que podem ser agendadas pois não possuem caráter de urgência. A Central de Regulação, que agrega todas estas informações, não condiz com a realidade vivida na saúde pública, sendo que este é um dos pontos a serem melhorados na Secretaria. O secretário admitiu que também não há dados concretos com relação ao custo das OSSs no Estado.
“Não temos como afirmar categoricamente como está a questão dos números das cirurgias eletivas, pois, cada município possui uma Central de Regulação e as vezes, não recebemos os dados, mas queremos determinar qual hospital fará que tipo de atendimento, para poder atender as cirurgias eletivas, bem como as liminares da Justiça”, argumentou.