Primavera do Leste (231 Km ao sul de Cuiabá) foi a única cidade mato-grossense a registrar um clima de tensão que precisou de intervenção rápida da Polícia Militar durante as manifestações, para evitar que o prédio da Prefeitura Municipal fosse invadido. Um grupo de manifestantes tentou invadir o local, mas foi contido e recuou. Outro “incidente isolado”, segundo a PM, foi a explosão de uma bomba caseira no meio da multidão de 2 mil pessoas que participaram do ato. O homem que explodiu o artefato foi identicado como Joilson Mário Medeiros, 28, e preso sem reagir. Com ele, os policiais militares localizaram outras 4 bombas, todas de fabricação caseira que tinham em sua composição, basicamente pólvora.
A explosão causou um forte barulho que assustou parte dos manifestantes o que motivou a PM a entar em ação imediatamente. “Agimos rápido para evitar que alguém se machucasse porque até então não sabíamos que tipo de artefato havia sido lançado. Mas não houve feridos”, afirma o tenente-coronel, Judson Ferreira Farias, comandante do 14º Batalhão da PM. O suspeito estava sozinho e após a detenção foi levado para a delegacia da Polícia Civil. Sobre a tentativa de invadir a prefeitura, o policial disse que o grupo desistiu da ideia após ser repreendido verbalmente.
No mais, ressaltou o coronel Judson, o protesto “foi pacífico”. Apesar disso, um forte aparato policial foi colocado nas ruas para acompanhar a passetada. No total, foram mobilizados 70 policiais militares, além de 9 viaturas, 3 motocicletas. “Mobilizamos todo nosso efetivo para garantir a segurança de todos”, diz o policial. A tropa estava preparada com armas químicas como spray de pimenta e bombas de efeito moral além de armas com munições não letal. Mas de acordo com o oficial, não foi preciso fazer uso dos artefatos.
Outro momento de cautela por parte da Polícia foi quando os manifestantes pararam em frente a casa do prefeito Érico Piana Pinto Pereira e gritavam palavras de ordem pedindo que o prefeito “saísse pra fora e mostrasse a cara”. Mas de acordo com o coronel Judson Farias, o prefeito não estava na residência. Após o protesto, o grupo seguiu por algumas ruas no centro da cidade e parou em frente a Prefeitura Muncipal. No local, de acordo com o policial, eles mostravam cartazes e pediam melhorias na saúde e na educação do município. Outra pausa foi realizada nas proximidades da Câmara Municipal, onde os manifestantes cantaram o Hino Nacional Brasileiro.
A manifestação em Primavera do Leste começou às 18h saindo da pista de caminhada situada na principal praça da cidade. Após o trajeto pelo centro da cidade, o movimento começou a perder força por volta das 20h45. A maioria dos participantes eram estudantes da rede pública que protestavam pedindo melhorias na educação e na saúde. Eles também criticaram o “excesso de recursos públicos investigos em obras da Copa”. De acorod com o coronel Farias, os manifestantes alegavam que parte desse dinheiro deveria ser investido nos hospitais para melhorar a qualidade dos atendimentos. Centenas de faixas e cartazes também levavam recados contra a PEC 37 e contra a corrupção.
