Maggi rebate WS: política de incentivo é transparente

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HUMBERTO FREDERICO
 

 

O governador Blairo Maggi (PR) defendeu, nesta terça-feira (16), a política de sua gestão voltada para a concessão de incentivos fiscais a empresas que desejam investir em Mato Grosso. Segundo ele, essa política é "de pé no chão", salientando que a concessão do benefício não é apenas do governador, mas de um conselho representado por entidades que avaliam os incentivos e definem metas para as próprias empresas interessadas.

"O Estado que não usar essa política estará fadado a não crescer, a não se desenvolver industrialmente. Longe do que a oposição diz, não há volúpia ou irresponsabilidade; seguimos a legislação vigente e tudo é feito com transparência e respaldo pelas instituições de Mato Grosso", afirmou Maggi.

Na prática, foi uma resposta direta ao prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), que, em recente entrevista, acusou o governador de "beneficiar os amigos". O alvo do tucano tem sido o empresário Mauro Mendes (PSB), presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), amigo pessoal de Maggi e cuja empresa, a Bimetal, é uma das beneficiadas com incentivos fiscais. 

As declarações de Maggi foram feitas durante a assinatura, entre Governo do Estado, Prefeitura de Cuiabá e Vicunha Têxtil, de um Protocolo de Intenções para a implantação de uma das maiores empresas têxteis do mundo, na capital mato-grossense, na manhã desta terça.

"Defendo, sim, a política fiscal, senhor prefeito. Nos últimos sete anos, o nosso PIB (Produto Interno Bruto) dobrou, e isso foi possível graças aos incentivos. Você próprio, que sempre critica os incentivos, está aqui hoje recebendo uma empresa que vai gerar emprego e renda para Cuiabá", disse Maggi, dirigindo-se a Santos.

Ao final da cerimônia, entretanto, o prefeito disse aos jornalistas que vai continuar reclamando dos incentivos que o Governo concede a algumas empresas e insinuou que Maggi favorece "algumas pessoas", sem citar nomes.

"Eu não critico os incentivos, eu critico o benefício a meia-dúzia de amigos do governador, de bacanas que ganham na loteria todo mês. Se o Governo corrigisse essa distorção que existe, eu não criticaria", afirmou o prefeito.

QUestionado sobre quais são, exatamente, as distorções, o prefeito não soube responder. E esquivou-se: "É só pegar o relatório do Tribunal de Contas sobre os incentivos", disse.

Vicunha Têxtil

A obra levará cerca de três anos para ficar pronta e vai fabricar 72 milhões de metros lineares de tecido por ano. "Com a instalação da planta em Cuiabá, a Vicunha se tornará a maior indústria têxtil do mundo", disse o presidente da empresa, Ricardo Steimbruch.

Incentivos fiscais e matéria-prima foram os dois pontos de maior peso na negociação para trazer a Vicunha para Mato Grosso. O governador Blairo Maggi disse que a instalação da indústria é um passo importante para o desenvolvimento da cadeia produtiva do algodão. Ele garantiu que o Estado continuará investindo em pesquisa, o que dará suporte para novos investimentos no setor.

A negociação com a Vicunha se intensificou nos últimos seis meses, mas o primeiro contato foi feito há dois anos. O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, ressaltou que a implantação deste projeto agregará um valor de até 10 vezes a mais que preço do algodão 'in natura'. "É mais um passo para a verticalização da economia e ampliação da distribuição de renda", disse.

Depois da confirmação da Vicunha, Nadaf já trabalha em um projeto secundário. A ideia é transformar Mato Grosso num polo têxtil. "Estamos buscando outras empresas do mesmo setor para integrar o polo e, cada vez mais, agregar valor ao nosso produto". Segundo o secretário, esta semana há uma equipe de executivos da Hering voltando o Estado. "Eles ficaram muito entusiasmados com o desenvolvimento e a infraestrutura que encontraram em Mato Grosso".

A parceria entre o Governo e a Prefeitura de Cuiabá garantirá estrutura para a instalação do empreendimento, incluindo luz, água, transporte coletivo, coleta de lixo e vários outras ações solicitadas pela empresa.

A empresa vai gerar dois mil empregos diretos e seis mil indiretos. O projeto consiste numa unidade industrial com capacidade de processamento anual de 65 mil toneladas de algodão e produção de 72 milhões de metros lineares de tecido por ano.

O parque industrial ocupará uma área de 60 hectares, às margens da Rodovia dos Imigrantes, em Cuiabá. O investimento será de R$ 350 milhões, entre construção, maquinário, mão-de-obra e capital de giro.

Com informações da Secom-MT

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