Fernando Ordakowski
Vozes do PSDB, o ex-prefeito de Sinop Nilson Leitão se elege federal e Gulherme Maluf garante reeleição na AL
O PSDB em Mato Grosso já vinha se "encolhendo" nas últimas três eleições com derrotas majoritárias e, neste pleito, a situação ficou ainda pior. Quase naufragou por completo no barco furado do candidato a governador Wilson Santos, terceiro colocado nas urnas com somente 245.527 votos (16,55% dos válidos). Também foi derrotado ao Senado Antero de Barros, que perde pela terceira vez seguida. As outras duas foram para governador, em 2002 e 2006.
Restaram apenas uma cadeira na Assembleia, com a reeleição de Guilherme Maluf, e outra na Câmara Federal, com a vitória de Nilson Leitão. Até 2002, quando estava no comando do Palácio Paiaguás com Dante de Oliveira, que faleceu em 2006, o PSDB era a maior sigla. Contava com 55 prefeitos. Hoje conduz apenas 5 pequenos municípios. Na Assembleia, chegou a ter 8 deputados. Em 2006, elegeu Maluf e Chica Nunes, que pulou para o DEM. Restou Maluf, que conseguiu novo mandato.
Nomes considerados fortes, como de Carlos Avalone e de Carlos Carlão do Nascimento, que recebeu apoio explícito de Wilson e de Thelma, não tiveram respaldo do eleitorado, assim como os concorrentes a federal Thelma de Oliveira e Rogério Salles. São lições das urnas que devem levar os tucanos a repensar a forma e o jeito de fazer política.
Embora se torne uma agremiação pequena no Estado em termo de ocupação de cargos eletivos, o PSDB é forte nacionalmente, tanto que o presidenciável José Serra foi o mais votado no primeiro turno junto ao eleitorado mato-grossense. O partido está esfacelado. Perde a maior prefeitura, a de Cuiabá, pois há cinco meses Wilson renunciou ao mandato para tentar cadeira no Paiaguás, troca na Câmara Thelma por Leitão e, na Assembleia, tem Maluf, mas nem poderá contar com o deputado, que se mostra um governista de carteirinha. Nos bastidores, Maluf fez campanha pela reeleição do governador Silval Barbosa, que garantiu 51% dos votos válidos.