“Jogo da vida” de Bruno Souza, do handebol, só está gravado na memória

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Bruno Souza diz que, apesar da derrota, a final de Winnipeg-1999 contra Cuba forjou sua geração do handebol brasileiro

 

O jogo da vida de Bruno Souza, terceiro melhor do mundo do handebol em 2003, só está gravado nos corações e mentes de quem esteve no ginásio da final dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999 em um sábado, tarde da noite. Foram em torno de duas horas – e as únicas que a canadense CBC, a TV oficial, deixou de transmitir de todo aquele Pan. O Brasil perdeu o ouro para Cuba, nos pênaltis – e a vaga para a Olimpíada de Sydney-2000. Mas, ali, uma geração se firmou.

Bruno, que fez 22 anos durante a competição, já era destaque da seleção brasileira. Aquela partida, disputada gol a gol, fez os brasileiros – dirigentes, atletas de outras equipes e jornalistas – assistirem em pé às mudanças de vantagem, que passaram à prorrogação no mesmo ritmo, até a decisão final em favor dos adversários.

– Eu me lembro muito bem daquele jogo. Foi o mais importante da minha vida, disparado.

Muito mais que um jogo

O armador de 33 anos, que retorna à seleção brasileira que havia deixado depois da Olimpíada de Pequim-2008, diz que não foi marcante por questão da vitória dos cubanos, por exemplo.

– Aquele jogo foi um aprendizado de formação de caráter.

Aquela partida do Pan-1999, continua Bruno, não foi apenas uma final contra um “supertime” de Cuba, ou um jogo “parelho, empatado, histórico”…

– Nós perdemos, no primeiro ano da nossa geração, que estava saindo para o time adulto. Tínhamos 21, 22 anos. E, sim, a gente perdeu, mas viu do que era capaz. Naquele jogo a gente viu que, sim, era possível ganhar. Por isso digo que foi muito importante para nós, na formação de caráter.

De Cuba para a Argentina

Hoje, a grande adversária dos brasileiros no Pan de Guadalajara, em outubro, deverá ser a Argentina, como vem sendo há alguns anos, e não mais Cuba, que se desmontou com a saída de vários jogadores do país, à revelia.

– O jogo de Brasil, Cuba, Argentina se assemelha muito. Mas agora nossa maior rival vem sendo a seleção argentina. Perdemos na segunda prorrogação em 2003 [São Domingos], depois, em 2007 [Rio de Janeiro], tínhamos superioridade, também por jogar em casa, mas estávamos psicologicamente mais fortes.

De volta aos 33, com o mesmo sorriso dos 17

Os Jogos Pan-Americanos são muito importantes para o esporte – um dos únicos que usam a competição das Américas como classificatória para a Olimpíada seguinte (a próxima é Londres-2012).

Assim, para os brasileiros, é preciso estar “focado para uma situação real” – fosse Cuba ou seja agora Argentina.

– É pontual, sim, é de momento. Mas o Pan é mesmo especial para o handebol.

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