Júlio Campos é denunciado ao STF por supostos homicídios

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O MPF (Ministério Público Federal) ofereceu, na quinta-feira (24), denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Júlio Campos (DEM), por suposta participação nos assassinatos de um empresário e um geólogo, no Estado de São Paulo. 

A denúncia foi proposta nos autos de um inquérito policial que tramita na Suprema Corte, desde o dia 15 de abril de 2011, no qual o deputado mato-grossense é acusado de participação em dois homicídios. 

O relator do inquérito, ministro Marco Aurélio de Mello, vai analisar o pedido do MPF paulista e, depois, levá-lo para a apreciação dos demais ministros, para que decidam se aceitam ou não a denúncia contra o parlamentar.

Júlio Campos é acusado de participação nos assassinatos do empresário Antônio Ribeiro Filho e do geólogo Nicolau Ladislau Ervin Haraly, ocorridos em 2004, no Guarujá, cidade do litoral paulista. 

Conforme a denúncia do MPF, ele seria o mandante dos crimes, supostamente para se apropriar de terras com grande incidência de pedras preciosas, em Mato Grosso.

Segundo o inquérito, os assassinatos teriam ocorrido para ocultar a transferência da propriedade do empresário para dois laranjas – sua secretária, Naurirá Alves de Oliveira, e o advogado Delci Baleeiro Souza.

A transferência, de acordo com o MPF, teria sido fraudada, inclusive, com falsificação de documentos.

Desenrolar do caso

Segundo informações do site Congresso em Foco, a Justiça de São Paulo já condenou seis pessoas pela execução do crime. 

Ao recorrerem da decisão da Justiça Estadual no STJ (Superior Tribunal de Justiça), eles tiveram a liberdade decretada. 

Como Júlio Campos tem foro privilegiado, pelo cargo que ocupa na Câmara Federal, a análise com relação à suposta participação dele nos dois crimes ainda não foi finalizada.

Outro lado

O deputado Júlio Campos não foi localizado pela reportagem, mas o advogado do parlamentar, Paulo Fabrinny Medeiros, afirmou que está absolutamente tranquilo quanto às acusações feitas em desfavor do seu cliente. 

“São acusações infundadas porque nunca houve qualquer tipo de desentendimento entre Júlio Campos e as vítimas”, afirmou ao MidiaJur.

Ainda segundo o advogado, o deputado era amigo de Antônio Ribeiro, uma das vítimas, e nunca houve brigas por causa de terras em Mato Grosso. 

“Mesmo porque essa área em questão abriga um Parque Nacional e um Parque Estadual e foi o próprio Júlio Campos quem fez a doação das terras”, observou.

Paulo Fabrinny questionou o fato de que os condenados pelo assassinato são todos do Estado de Mato Grosso do Sul, local onde as vítimas tinham direito de lavra sobre uma mina de ferro e discutiam com o proprietário da área o direito de explorar o local.

“As pessoas denunciadas são de Mato Grosso do Sul e querem que o responsável seja de Mato Grosso?”, questionou.

O Supremo ainda não fez a citação para que o advogado possa apresentar defesa. Contudo, ele adiantou que, mesmo não conhecendo a íntegra da denúncia, irá contestá-la e colocar todas as ponderações necessárias, principalmente, com relação a um depoimento de um advogado, que ele não citou o nome, que foi quem levantou a suspeita contra o deputado. 

“Ele levantou a suspeita para tentar extorquir dinheiro de Júlio Campos”, garantiu.

“Estou absolutamente tranquilo e não acredito que o ministro Marco Aurélio, um legalista, vai quer receber a denúncia, porque não existe a menor prova de envolvimento do deputado nesse caso”, disse.

"Dá sempre uma repercussão maior denunciar um ex-governador, um ex-senador, um ex-conselheiro estadual do que você procurar a verdade. É só analisar de forma lógica que verá que não há qualquer participação do deputado nisso”, completou o advogado.

 

 

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