Apesar de entender que o seu salário é baixo, o senador Jayme Campos (DEM) afirma não estar preocupado se o subsídio será elevado ou não nos próximos dias. "Se vão dar o aumento eu não sei. Estão discutindo. Isso não passa pelo plenário. De todo modo, para mim tanto faz porque não dependo desse salário, mas acho muito pouco", afirmou o democrata. Ainda segundo ele é "quase obrigatória" a elevação do salário dos parlamentares quando há mudança de legislatura. "Nesta sexta tivemos uma reunião da Mesa Diretora para discutir esse assunto. Também tem que dar aumento para os ministros", ponderou o democrata.
Nos bastidores, os deputados federais e senadores "batem duro" para elevar os seus salários em pelo menos 18%. Justificam que o índice é necessário para repor a inflação dos últimos 3 anos. Hoje os congressistas recebem R$ 16,5 mil, um valor superior, inclusive, ao do presidente da República, que tem direito a R$ 11,4 mil. Já o teto do funcionalismo público é estabelecido pelos ministros do STF, em R$ 26,7 mil.
Apesar de quererem aumentar os seus salários, os parlamentares nem tocam na possibilidade de diminuir alguns de seus "pomposos" benefícios. Cada um dos 81 senadores têm direito, por exemplo, a R$ 3,8 mil de auxílio-moradia, além de plano de saúde, uso ilimitado de celular, R$ 15 mil de verba indenizatória e 25 litros de gasolina ou 36 de álcool diários para se locomover. Outra regalia que é custeada com dinheiro público é o pagamento das idas e vindas dos senadores de seu Estado de origem até Brasília, onde participam de sessões às terças e quintas. Eles recebem também R$ 82 mil para contratar funcionários, podendo ter até 7 em seu gabinete, 1 motorista e 11 cargos comissionados.