O senador Jaime Campos (DEM) afirmou, na sexta-feira (24), que discorda da forma como vem sendo conduzida a campanha de seu aliado na disputa ao Governo, Wilson Santos (PSDB).
Segundo o líder democrata, existem alguns erros que deveriam ter sido corrigidos desde o início. Ele também observou que, em várias oportunidades, sugeriu as coordenadas a serem adotadas, mas sua opinião foi relegada a um segundo plano pela cúpula da aliança de oposição.
"Em uma campanha majoritária quem manda é o DJ. Nesta candidatura, sou apenas um apoiador, e não comandante. Quando a ordem de comando é minha, é diferente: sou o general, aguento porrada e mantenho tudo sobre controle. Mas aqui [na coligação], não posso mandar, pois a campanha não é minha", afirmou o cacique democrata.
Jaime afirmou que faz política de forma planejada, com recursos alocados e destacou que, se fosse candidato a governador, "liquidava" a fatura no primeiro turno.
"Em algumas situações, certas coisas na campanha do Wilson tinham que ser corrigidas lá atrás. Cantei a pedra, mas não me ouviram. O que posso fazer? Se eu fosse candidato [a governador] liquidava no primeiro turno, pois meu jeito de fazer política é outro. Trabalho planejado, não tem loucura de recursos, pois eles sempre estão alocados", disse.
Mesmo não concordando com algumas estratégias na campanha de Wilson, o democrata afirmou que não abre mão da candidatura do tucano, em função do compromisso que firmou com ele.
"Na véspera das convenções, me ofereceram a candidatura. Nesse caso, sairiam de cena Wilson Santos e Mauro Mendes. Pelo entendimento, eu teria apoio do PP, PPS, PDT e de outros partidos. Mas, sou homem de uma palavra só: dei minha palavra ao Wilson e estou com ele para matar ou morrer", afirmou.
Acordo
Questionado sobre um possível acordo com o candidato ao Senado pelo PDT, Pedro Taques, Jaime negou e reafirmou que é "partidário".
"Peço votos e voto em Antero Paes e Jorge Yanai. Sou firme e não abro mão do meu propósito. O partido perdendo ou ganhando, estou firme", disse.
Na coluna "Brasil Confidencial", o site da revista IstoÉ, na sexta-feira (24), informou que, "em reunião secreta com a cúpula do DEM na terça-feira (21), o senador Jayme Campos (DEM-MT), famoso em Mato Grosso pela facilidade com que muda de lado, decidiu apoiar financeiramente a candidatura do ex-procurador Pedro Taques (PDT) para o Senado".
Segundo o site, até então, Campos prometia fazer campanha para Jorge Yanai (DEM) e Antero Paes (PSDB).
Segundo turno
De acordo com Jaime, caso Wilson Santos não vá o segundo turno, caberá ao Democratas decidir quem irá apoiar, uma vez que, conforme observou, a coligação se extingue.
Nos bastidores, durante esta semana, os comentários eram de que o cacique democrata deve apoiar o candidato à reeleição, governador Silval Barbosa (PMDB).