Investigação da PF diz que Luiz Pagot recebeu propina

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Relatórios da Operação Castelo de Areia da Polícia Federal apontam indícios do pagamento de propina a diretores do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e dirigentes do PR pivôs da crise no Ministério dos Transportes.

Foram citados nos relatórios como supostos beneficiários dos recursos o diretor de Infraestrutura Rodoviária do DNIT, Hideraldo Luiz Caron, filiado ao PT; o diretor-geral afastado do órgão, Luiz Antonio Pagot, ligado ao PR; e o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Todos negam ter recebido propina.

A Castelo de Areia investigou suspeitas de atos de corrupção e crimes financeiros atribuídos a executivos da Camargo Corrêa em licitações públicas.

A PF e o Ministério Público Federal pediram à Justiça a abertura de 32 novos inquéritos para investigar os supostos pagamentos de propina indicados em manuscritos apreendidos em poder de executivos da empreiteira.

Porém, as apurações da Castelo de Areia foram suspensas por decisão do Superior Tribunal de Justiça.

A corte determinou a anulação das interceptações telefônicas do caso, por entender que os grampos foram pedidos com base apenas em denúncia anônima.

Essa decisão ainda pode ser reformada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

PR x PT

Na última quarta, a crise nos Transportes derrubou o ministro Alfredo Nascimento, do PR. Após a queda, seu partido dá sinais de que não aceitará pagar sozinho pelas acusações de corrupção no ministério.

Anteontem, Luiz Antonio Pagot afirmou que o petista Hideraldo Caron é responsável por 90% das obras do DNIT, alvo de investigações dos órgãos de controle. Caron é apontado por políticos do PR como uma espécie de "espião" do PT no DNIT.

Segundo os relatórios da Castelo de Areia, um manuscrito sugere que Caron e Luiz Munhoz Prosel Júnior, também do DNIT, teriam recebido propina no valor de R$ 74 mil após o acréscimo de R$ 80 milhões nas obras da rodovia BR-101 no Nordeste.

A menção a Pagot está relacionada a obras da eclusa de Tucuruí (PA). De acordo com a PF, um manuscrito cita um "compromisso" de pagamento de R$ 500 mil ao diretor-geral do DNIT.

Já Valdemar foi mencionado em anotações sobre obras do Rodoanel de São Paulo. Seu nome aparece ao lado da sigla "PL" (antigo PR) e acima do número "60.000".

Outro lado

Os dirigentes do DNIT e do PR citados no relatórios da Operação Castelo de Areia negam a participação nos crimes investigados pela PF.

A construtora Camargo Corrêa afirma que a Justiça reconheceu que as provas colhidas pela PF são ilegais.

O diretor de Infraestrutura Rodoviária do DNIT, Hideraldo Luiz Caron, o diretor-geral afastado do órgão, Luiz Antonio Pagot, e o coordenador-geral de Construção Rodoviária, Luiz Munhoz Prosel Júnior, manifestaram-se por meio de nota do DNIT.

Segundo o texto, "os nomes citados negam qualquer tipo de comprometimento com o recebimento de valores e informam que desconhecem o teor do inquérito".

Os diretores do DNIT "acrescentam ainda que não foram convocados ou notificados em nenhum momento pela PF ou por qualquer outro órgão de investigação, o que demonstra a falta de veracidade das suposições".

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do PR e do deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR-SP) afirmou que ele "não tem nenhuma relação com a Camargo Corrêa" e " não são verdadeiras as afirmações sobre um suposto envolvimento do parlamentar no recebimento de valores".

Em nota, a Camargo Corrêa declarou que "conforme de conhecimento geral, na chamada operação Castelo de Areia, as interceptações telefônicas e todo material derivado foram julgados ilegais pelo Superior Tribunal de Justiça".

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