Priscilla Silva/GD
Um movimento paralelo às manifestações dos caminhoneiros nas rodovias federais tem se formado para forçar o governo Federal a reduzir o preço do diesel. A informação é do interlocutor dos caminhoneiros que bloqueiam o km 686, em Lucas do Rio Verde, Gilson Baitaca. O protesto tenta sensibilizar o governo Federal contra a alta do diesel através do fechamento de rodovias federais. São dez pontos só em Mato Grosso e o protesto já atinge 12 estados brasileiros. Com a majoração, os transportadores perdem mais de 50% do frete contratado hoje.
Nos bloqueios é permitida somente a passagem de caminhões com alimentos perecíveis e combustíveis, cargas vivas e gás de cozinha, além de veículos de passeios, ônibus e ambulâncias. A liberação desses veículos foi acordada entre os caminhoneiros e o governo. Porém, em Mato Grosso, em pelo menos quatro pontos de bloqueios os manifestantes não estão permitindo a passagem de caminhões com combustíveis. A intensificação foi identificada em Rondonópolis, Cuiabá, Diamantino e Nova Mutum.
Para o interlocutor dos caminhoneiros em Lucas do Rio Verde, o protesto paralelo tem atrapalhado o movimento. “Este é um movimento paralelo que se criou e que não está sob a nossa responsabilidade. A Polícia Rodoviária já foi comunicada e deve agir. Esse movimento tem bagunçado o nosso protesto”.
Um dos manifestantes que fecharam o km 397 em Cuiabá, onde caminhões com combustível não estão passando, Luiz ‘Camarão’ justifica o bloqueio do produto. “Nós recebemos uma liminar da Sadia para liberar as câmaras frias e eles estão passando. Se vierem com uma liminar para passar o diesel, nós vamos obedecer também. Porém, não podemos liberar tudo, pois se não tivermos nada para travar não tem como reivindicar. Alguma coisa tem que faltar”.
Os pontos de bloqueios estão concentrados em sete trechos da BR-163 de responsabilidade da concessionária Rota do Oeste, sendo eles o km 122 de Rondonópolis, km 397 de Cuiabá, km 686 de Lucas do Rio Verde, km 745 de Sorriso, km 854 de Sinop, e dois bloqueios em Nova Mutum nos kms 589 e 593. Os outros três ocorrem em Diamantino, Campo Novo dos Parecis e Tangará da Serra.
Notificação – Nas próximas horas os manifestantes deverão receber uma notificação da Justiça que determina a liberação das rodovias federais bloqueadas. Entretanto, os caminhoneiros que protestam em Mato Grosso decidiram que não irão obedecer a ordem e esperam que o governo Federal não encerre os diálogos, pois acreditam que estão próximos de um acordo.