Membros do grupo insurgente Taleban apedrejaram até a morte uma mulher e um homem acusados de adultério neste domingo (15), no norte do Afeganistão, informou o site do canal de TV Dawn.
De acordo com uma testemunha e um oficial local, a mulher, de 23 anos, e o homem, de 28 anos, foram mortos por aproximadamente cem pessoas – na maioria insurgentes do Taleban – que se reuniram no vilarejo de Mullah Quli.
O governador do distrito de Imam Sahib, na Província de Kunduz, no norte do Afeganistão, confirmou a execução.
O morador local Abdul Satar disse que as vítimas foram apedrejadas depois que um membro do Taleban, que controla o vilarejo, leu uma declaração em que afirmava que o casal havia confessado manter relacionamento.
– O Taleban condenou os dois à morte. Então parte da multidão começou a jogar pedras contra o casal até que eles morressem.
Segundo a testemunha, o casal teve as mãos amarradas às costas e foi obrigado a ficar em um campo aberto enquanto a multidão atirava pedras.
Um comandante local do Taleban que não quis se identificar também confirmou a execução.
– O casal confessou que mantinha um relacionamento e, baseado nisso, eles foram apedrejados até a morte.
De acordo com os insurgentes, o homem era casado e a mulher tinha um noivo.
O apedrejamento no Afeganistão lembra o caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, também condenada à morte por suposto adultério e homicídio no Irã. Em audiência no último sábado (14) em Teerã, a Suprema Corte do país decidiu adiar para o próximo sábado (21) a sentença sobre a execução da mulher.
Taleban matou mulher grávida
No início de agosto, membros do Taleban no Afeganistão açoitaram publicamente e depois mataram uma viúva grávida, também acusada de adultério.
As penas de morte sumárias eram prática comum no Afeganistão entre 1996 e 2001, anos em que o grupo insurgente dominou a política do país.
Sob as leis dos insurgentes, pessoas acusadas de roubos têm mãos e pés amputados, além de sofrerem açoitamento e outras punições públicas.