Mantega disse estar “preocupado” com aumento no preço e queda nas vendas dos veículos
O governo deve decidir na próxima semana adiar a aplicação da regra que obriga as montadoras do País a instalar freios ABS e air bag em todos os carro novos, disse nesta quarta-feira (11) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. De acordo com a lei vigente, a partir de 2014 os veículos produzidos no País devem sair de fábrica com esses equipamentos de segurança.
Porém, temendo efeitos sobre os preços dos veículos e uma possível queda de vendas, o governo está inclinado a dividir o percentual restante em até dois anos. Após anunciar a prorrogação do programa de incentivo à compra de bens de capital conhecido como PSI até o final de 2014, Mantega disse estar “preocupado” com o impacto das novas regras de segurança no preço dos carros.
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— Estamos preocupados com o impacto disso no preço dos carros. Isso eleva o valor do veículo de R$ 1.000 a R$ 1.500. Estamos estudando o que fazer (…) Possivelmente, nós vamos adiar a entrada em vigor. Hoje 60% dos veículos (que saem de fábrica) já têm [ABS e air bag]. Provavelmente vamos diferir isso em um ou dois anos. Ainda não fechamos a proposta. Vamos fechar na terça-feira que vem.
A movimentação em torno do adiamento da lei ganhou força na última terça-feira (10), na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), em assembleia que reuniu os funcionários da montadora.
De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Almeida, os principais modelos beneficiados pelo adiamento são a Volkswagen Kombi, Gol G4 e o Fiat Mille, que segundo o Sindicato empregam 4.000 funcionários nas linhas de montagem.
Governo para decidir sobre a continuidade nas vendas do Mille, então cotado para sair de linha. Já a Volkswagen não respondeu se pretende seguir com a produção da Kombi, cuja série especial de despedida está à venda, e limitou-se a dizer que “seguirá toda e qualquer nova regra a ser aplicada para o setor automotivo”.
A indústria de veículos pode encerrar 2013 com a primeira queda de vendas em dez anos. No acumulado de vendas de janeiro a novembro, os licenciamentos apontam para queda de 0,8%, diante de menor oferta de crédito pelos bancos e crescimento econômico fraco.
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