Governo do Estado decreta emergência ambiental em decorrência dos incêndios florestais. Representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs), que atuam no resgate aos animais que estão sofrendo com o fogo que atinge o Pantanal há mais de um mês, e ambientalistas, consideram que a decisão foi tardia. Apesar do maior efetivo em campo, para tentar controlar as chamas, ele ainda é considerado insuficiente diante das proporções atuais.
“Estamos em campo desde o dia 22 de outubro, pedindo que as autoridades dessem a devida atenção. Chegamos a ser chamados de ‘sensacionalistas’, agora, devido à atuação tardia, a situação está incontrolável e há um novo desastre acontecendo”, desabafa Jenifer Larrea, presidente da ONG É o Bicho MT.
O decreto, publicado no Diário Oficial do Estado, tem vigência por 60 dias e, segundo o governo, é um reforço ao decreto que determinou a prorrogação do período proibitivo para queimadas até 30 de novembro, para atender a exigência do governo federal no pedido de apoio para combate aos incêndios Está autorizada a tomada de todas as medidas necessárias à prevenção e combate aos incêndios florestais, como a compra de bens e materiais, com dispensa de licitação.
A professora Cátia Nunes da Cunha, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), explica que esses incêndios são respostas de mudanças climáticas e que estão ocorrendo por toda a região central do Brasil. Na opinião da professora, os estados estão demorando para agir ao decretarem apenas agora as situações de emergência ambiental e diz que os governantes têm uma visão pequena quanto à questão ambiental.
“Demorou porque não acredita na importância das áreas naturais, não acredita na importância das unidades de conservação. É como se essas áreas fossem áreas inadequadas. Manter essas áreas é um compromisso do governo do Estado de Mato Grosso. Já era para ter tido um plano emergencial há muito tempo”, comenta a professora.
Ela explica que quando iniciou o clima seco e quente já era para ter estratégias e maquinários, mas principalmente planos de manejo para acessar os locais de difícil acesso. “Para evitar esses desastres é necessário planejamento, é antecipando”.