Governador bate o martelo e decide criar a “Secopa”

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O governador Silval Barbosa (PMDB) vai apresentar a proposta de extinção da Agecopa (Agência Estadual de Execução de Projetos para a Copa do Mundo) aos 24 deputados, em um almoço nesta terça-feira (20), no Palácio Paiaguás.

Pelo projeto que será enviado ao Parlamento, será criada a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), que será submetida diretamente ao gabinete do Executivo. O objetivo de Silval é acabar com a possibilidade de novas turbulências que possam comprometer o andamento das ações para o mundial.

Silval se reuniu, na tarde desta segunda-feira (19), com o líder do Governo no Parlamento, deputado Romoaldo Junior (PMDB), e sinalizou que não vai recuar da iniciativa de mudar a condução dos projetos referentes à Copa do Mundo. 

"Diria que [o projeto] é irreversível. A Assembleia Legislativa também está convencida de que é necessária uma urgente mudança para evitar problemas futuros", comentou o parlamentar.

Em fevereiro deste ano, o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) apresentou um projeto de lei que previa a extinção da Agecopa e a criação de uma secretaria.

Pela proposta, deixariam de existir as diretorias de Comunicação e Turismo, ocupadas atualmente por Roberto França e Yuri Bastos, respectivamente. Os projetos de ambos os setores seriam tocados exclusivamente pela secretarias de Estado. 

O deputado Romoaldo Junior afirmou que é simpático à proposta. "Defendo o enxugamento da estrutura da Agecopa. Não dá para continuar desta maneira", disse. 

Nos bastidores, porém, é feita uma articulação para preservar, na nova estrutura, o diretor de Comunicação, Roberto França, devido ao seu peso político.

Eder tenta convencer Silval a recuar

O presidente da Agecopa, Eder Moraes, compareceu no Palácio Paiaguás nesta tarde para tentar convencer o governador Silval Barbosa a recuar da ideia de extinguir a autarquia. 

Na verdade, trata-se de uma "última cartada", uma vez que Eder almoçou com Silval r ouviu dele que a criação da secretaria era irreversível.

"Se funcionar como secretaria, não haverá mudanças de impacto. Vai continuar com mesmo papel que é a responsabilidade pela execução das obras. Podemos mudar a lei de criação da Agecopa e torná-la diretamente subordinada ao gabinete do governador", afirmou Eder Moraes. 

Porém, a conversa não deve alcançar o resultado esperado. No Palácio Paiaguás, o comentário predominante é de que Silval Barbosa está disposto a evitar que problemas de caráter políticos na Agecopa interfiram negativamente em sua gestão. 

Histórico

Criada a pedido do ex-governador Blairo Maggi para ser uma autarquia que conduziria projetos visando à preparação de Cuiabá rumo a Copa do Mundo, de forma técnica e sem interferência política, a Agecopa transformou-se numa verdadeira dor de cabeça ao Estado. 

Primeiro, o ex-prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti, entregou o cargo de presidente, alegando viver em um clima de trabalho insustentável. 

O episódio revelou a briga de vaidades e disputas políticas que poderiam comprometer projetos de obras milionárias. Após ter sua gestão alterada de colegiada para presidencialista e ter um terceiro diretor-presidente em um ano, veio a público o embate de Eder Moraes com o diretor de Infraestrutura, Carlos Brito. 

Após tentar intermediar, sem sucesso, uma conciliação de ambos, Silval não teve dúvidas em comunicar aos seus aliados que iria extinguir a Agecopa. Primeiramente, conversou por telefone na sexta-feira (16) com o líder do Governo no Legislativo, deputado Romoaldo Junior.

O parlamentar, ao dialogar com colegas de bancada, percebeu que não havia resistência alguma e deu o sinal verde ao Executivo.

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