Quarenta e cinco pessoas presas pela Polícia Federal (PF), em abril deste ano, acusadas pelo crime de tráfico de drogas foram denunciadas à Justiça na última sexta-feira (26). A denúncia foi oferecida pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público Estadual (MPE) e caso o Judiciário aceite a denúncia, todos os acusados viram réus por tráfico, crime que prevê condenação entre 5 e 15 anos de prisão. Os nomes dos denunciados não foram divulgados.
Consta na denúncia do MP que os traficantes agiam a partir do município de Pontes e Lacerda (448 Km a oeste de Cuiabá) e região, cidades essas que ficam na região de fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Ainda de acordo com o promotor de Justiça, Marcos Regenold Fernandes, a quadrilha enviava, de forma reiterada, carregamentos de drogas para receptadores e traficantes espalhados em diversas cidades, especialmente para os estados do Pará, Maranhão e Piauí. Segundo Fernandes, “parte dos denunciados já respondiam à ações penais nos locais onde foram presos em flagrante durante as investigações da Polícia Federal”.
Iniciada em abril deste ano, a investigação reuniu 200 policiais para o cumprimento de 52 mandatos de prisão e 30 de busca e apreensão à serem cumpridos no Pará, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso. Dos 45 acusados presos na Operação Comboio, 18 foram apontados como chefes do tráfico e outros já respondiam pelo mesmo crime em outras instâncias. Os suspeitos foram indiciados pelo crime de tráfico interestadual e associação ao tráfico.
Durante a ação, deflagrada no dia 18 de abril pela PF foram apreendidos 580 kg de cocaína, vários automóveis. À ocasião, houve a autuação de 13 pessoas que foram acusadas de transportarem a droga. A Operação recebeu o nome Comboio tendo em vista a ação dos bandidos, que utilizavam um equipamento de rádio comunicação dentro dos veículos para transportar os entorpecentes e possibilitar o tráfego seguro durante toda a rota planejada. Ação semelhante é utilizada em rodovias para comunicação policial em casos de acidentes. (Colaborou Welington Sabino)