CAMILA RIBEIRO
Embora tenha
reafirmado que a sua intenção é concluir a obra do Veículo Leve sobre Trilhos
(VLT), o governador Pedro Taques (PDT) disse que a continuidade do modal de
transporte depende de estudos técnicos que estão sendo realizados pelo Governo,
especialmente no que diz respeito ao custo da tarifa a ser praticada.
Ele admitiu,
inclusive, que esse estudo também analisa a possibilidade de trocar o VLT pelo
BRT (Bus Rapid Transport (BRT), modal que, inicialmente, foi escolhido para ser
implementado em Cuiabá e Várzea Grande.
“Nós vamos
voltar para o BRT? O que nós faremos com R$ 500 milhões de vagões que estão lá
no aeroporto? É possível vender? É possível transformar em BRT? Eu não tenho
conhecimento técnico para isso, mas determinei ao Gabinete de Projetos
Estratégicos que faça esse estudo” “Nós vamos voltar para o BRT? O que nós
faremos com R$ 500 milhões de vagões que estão lá no aeroporto? É possível
vender? É possível transformar em BRT? Eu não tenho conhecimento técnico para
isso, mas determinei ao Gabinete de Projetos Estratégicos que faça esse
estudo”, afirmou o governador, durante encontro com jornalistas, nesta
sexta-feira (13), no Palácio Paiaguás..
Ainda segundo Taques,
os resultados dessa análise serão apresentados na semana que vem, após o
Carnaval.
O estudo, de acordo
com o governador, tem como ponto principal o valor tarifário do modal de
transporte. No início desta semana, em audiência pública realizada pelo
Governo, foi ventilada a possibilidade de uma tarifa que ultrapasse R$ 10.
“Qual vai ser o valor
dessa tarifa? O cidadão vai ter condições de pagar? Esse estudo tarifário está
sendo feito para saber o que nos vamos decidir sobre o VLT”, disse Taques.
Ele observou, no
entanto, que a decisão sobre o “futuro” do VLT não será tomada de forma
isolada. Segundo ele, após a apresentação das análises da obra, serão
realizadas audiências públicas para que o assunto seja debatido com a
população.
Além disso, Taques
irá se reunir com a Assembleia Legislativa, com os prefeitos de Cuiabá e Várzea
Grande, Mauro Mendes (PSB) e Walace Guimarães (PMDB), respectivamente, para
que, juntos, eles possam ajudar a deliberar sobre o assunto.
“Eu não vou decidir
sozinho. Vou chamar a Assembleia, as Câmaras de Cuiabá e Várzea Grande, os dois
prefeitos dessas cidades, o aglomerado urbano, para decidirmos juntos. Porque
se o Mauro Mendes e o Walace Guimarães fizerem uma licitação das linhas de ônibus,
isso repercute imediatamente no valor da passagem do VLT”, justificou Taques.
Desvio de dinheiro
O governador voltou a
repetir o que havia dito na mensagem do Governo entregue à Assembleia
Legislativa, em 1º de fevereiro: o VLT será o “maior escândalo da história de
Mato Grosso”.
“Existem falhas
gritantes nas obras. Tudo isso é irresponsabilidade do Estado. A gerenciadora
noticiou 600 irregularidades. A pergunta que fica é: como não viram 600
irregularidades? Isso é uma vergonha, isso é ilícito. Dessas 600 obras, muitas
foram consertadas, outras não”, disse Taques.
Ele sugeriu,
inclusive, que houve desvios de verbas durante a execução da obra do modal de
transporte.
“Eu, como
governador, não tenho a obrigação constitucional, com o perdão da expressão,
deapontar ‘o batom na cueca'” “Você conhece uma obra no Brasil que,
porventura, não tenha sido desviada R$ 1? E uma obra de R$ 1,477 bilhão, você
acha que nenhum real foi desviado?”, questionou ele.
O governador disse,
contudo, que não compete a ele a responsabilização dos culpados por eventuais
desvios de recursos.
“Se eu fosse
procurador da República, eu estaria investigando isso. Alias, já fizemos
reuniões com o MPE, MPF, Controladoria e Tribunal de Contas para tratar disso.
Agora, eu não sou mais procurador da Republica, cabe a essas instituições
investigar”, afirmou.
“Eu, como governador,
não tenho a obrigação constitucional, com o perdão da expressão, de apontar ‘o
batom na cueca’. Cabe a eles investigarem”, disse.