O futuro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente da Casa Civil está nas mãos do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. Nesta quinta-feira (17), Lula foi empossado pela presidente Dilma Rousseff, mas uma liminar suspendeu a posse.
Mendes, que é desafeto do Palácio do Planalto e já deu declarações contrárias à posse de Lula, será o relator do mandado de segurança impetrado pelo PPS.
Ontem, após a confirmação de que Lula assumiria a Casa Civil, Mendes disse que “a presidente Dilma procurou um tutor com problemas criminais muito sérios”.
A declaração foi feita no plenário do Supremo, que julgava as regras sobre o rito de impeachment de Dilma Rousseff. O mandado de segurança, segundo o presidente do PPS, Roberto Freire, tenta reverter “uma imoralidade”.
— O governo está fazendo uma manobra para blindar um investigado pela Justiça. É só pelo foro privilegiado. Não podemos permitir uma situação dessas. É uma manobra que envergonha todo o país.
Outro ministro que já demonstrou insatisfação com a postura de Lula foi o mais antigo membro do Supremo, ministro Celso de Mello.
Hoje, ele reagiu às críticas de Lula ao STF e explicou que “os meios de comunicação revelaram, ontem, que conhecida figura política de nosso País, em diálogo telefônico com terceira pessoa, ofendeu, gravemente, a dignidade institucional do Poder Judiciário, imputando a este Tribunal a grosseira e injusta qualificação de ser ‘uma Suprema Corte totalmente acovardada’”.
Mello disse que o insulto feito à corte é inaceitável e passível de repulsa e que traduz uma “reação torpe e indigna, típica de mentes autocráticas e arrogantes”.