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A menos de 20 dias para o primeiro turno das eleições, o nível da campanha eleitoral tende a baixar ainda mais. Nessa quarta-feira (17), os candidatos ao governo do Estado Pedro Taques (PDT) e Lúdio Cabral (PT) trocaram acusações na Internet sobre a autoria de um jornal que foi espalhado em Cuiabá e Várzea Grande. A publicação, intitulada “Diário do Povo”, tece duras críticas ao senador e seus apoiadores e ainda aponta para a existência de um suposto dossiê que comprovaria formação de caixa 2 na campanha do pedetista.
Uma das edições do Diário do Povo trouxe na capa a pergunta “O resultado nas urnas já está definido? ‘São’ Pedro Taques, o próximo e “santificado” governador de Mato Grosso. Dessa forma, o texto atribui ao candiato uma postura sisuda e arrogante. Ainda na capa, além do excesso de confiança, o jornal critica os apoiadores de Taques. O empresário Aldo Locatelli, por exemplo, é chamado de “chefão”.
Em sua página no Facebook, Taques condenou o jornal e atribuiu a autoria ao “candidato do Silval”,numa clara referência ao petista, que representa a base governista na disputa eleitoral. “O candidato do Silval bem que avisou: o Comitê da Maldade vai ser ativado. E bastaram poucas horas para que essa previsão se concretizasse. Coincidência, né?Além de um programa político com edições, segundo o TRE, ‘inescrupulosas’, agora, este “jornal” está sendo distribuído nas ruas de Cuiabá. Inteiramente de ataques, mentiras e baixarias. Uma tática suja, pequena, que debocha da cara do eleitor – como bem agem os desesperados que estão há mais de 10 anos no poder e sabem que a sujeira vai sair debaixo do tapete. “, disparou.
Lúdio, por sua vez, entrou na briga online dizendo que Taques “se faz de bom moço..com acusações levianas e fáceis de desmascarar”. O petista negou vínculo com o “jornaleco” e lembrou que essa estratégia remete ao marqueteiro Antero Paes de Barros. “o criador do Comitê da Maldade”, que está na campanha do senador. “ “Condenamos veementemente esse tipo de artifício. Mas conhecemos bem quem é capaz de soltar esse tipo de material sempre nos períodos eleitorais, inclusive contra si próprio para atribuir a autoria à nossa campanha.”, afirmou em sua página.
“Nunca precisamos nos esconder para criticar o candidato dos bilionários. Todas as nossas críticas foram feitas por nós mesmos e são públicas, disponíveis em centenas de entrevistas que concedemos na imprensa e aqui em nossa página”, se defendeu.
Outra “edição especial” do jornal, estampada com uma foto-montagem de Taques, Eraí Maggi (PP) e do senador Blairo Maggi (PR), afirma que um dossiê “cabeludo”, mostra a formação de caixa 2 , crime eleitoral, comandado por integrantes da família Maggi, com o objetivo de “comprar eleitores e apoios de lideranças políticas”. O jornal afirma que Eraí Maggi teria garantido até R4 60 milhões para eleger Taques, “custe o que custar”.
De tudo o que se lê em Diário do Povo, apenas uma das informações é, até o momento, comprovada: a doação de R$ 4,5 milhões feita por membros da família Maggi a Taques, que foi declarada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O impresso está assinado por Ely Santantonio, apontado como diretor da publicação.