Não é apenas dentro de campo que Montillo se mostra à vontade no Brasil. Há pouco mais de seis meses no país, o argentino já domina o português, embora o sotaque ainda não seja o de um legítimo mineiro de Belo Horizonte. No entanto, foi a boa acolhida em território brasileiro que o meia do Cruzeiro apontou como fundamental para se destacar em um futebol para lá de competitivo.
Integrante de uma legião de meias portenhos que ocupam posições de destaques nos grandes clubes do país, Montillo não considera o futebol nacional carente na posição. Fã de Paulo Henrique Ganso, citou, em entrevista concedida , o santista como expoente dos camisas 10 brasileiros.
– Não acho que tenha carência de brasileiro na posição. Fico contente pelos argentinos estarem indo bem aqui, mas o Brasil sempre produz grandes jogadores nessa função. O Ganso é o melhor exemplo. Pena que tenha se machucado.
Embora tenha feito uma média com os colegas brasileiros, Montillo, que nesta quarta-feira (16) estreia na Libertadores pelo Cruzeiro, reconhece o brilho que os argentinos trouxeram nos últimos anos para o futebol brasileiro. Conca, do Fluminense, talvez seja o exemplo mais clássico, tendo conduzido o Tricolor ao título do Brasileirão 2010.
Ambos, por sinal, têm trajetórias semelhantes. Não brilharam na Argentina e foram negociados para o Chile. Lá, se destacaram em torneios internacionais e chamaram atenção dos clubes do Brasil, ganhando holofotes ainda maiores nos campos rivais.
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Pela 'La U', Montillo foi o carrasco do Flamengo na Libertadores 2010. Foto: Fernando Soutello/Gazeta Press
– Não acho o futebol brasileiro mais fácil de jogar. A marcação aqui é mais difícil do que na Argentina ou no Chile. Os jogadores sabem marcar e jogar. Há muita competitividade. Existem vários times que podem ser campeão no Brasileiro. Na Argentina e no Chile apenas três ou quatro brigam pelo título, não mais que isso.
Com a camisa 10 cruzeirense, Montillo levou o time ao segundo lugar no Brasileirão 2010. Com soberbas atuações, foi escolhido o melhor meia-direita da competição e o segundo melhor jogador do campeonato.
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– Aqui no Brasil existe muito respeito ao argentino. Sabem do talento do nosso jogador e isso nos facilita. Fui muito bem recebido e me sinto em casa. Nas ruas e no Cruzeiro todos sempre me trataram muito bem, me sinto bem adaptado.
A adaptação de Montillo é tão boa que o jogador não cogita uma transferência para a Europa. Aos 27 anos, mora com a esposa e os dois filhos na capital mineira. Desta forma, vai aprimorando o seu português, já fácil de ser compreendido.
– Compreendo tudo o que falam comigo e acho que consigo ser compreendido de boa forma também. A prática no dia a dia do clube, as conversas com os companheiros de Cruzeiro, me fazem melhorar. Nem precisei de professor.