Ex-procurador é acusado de corrupção

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Vitor Carlos de Souza Vieira, cunhado do ex-procurador do Estado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o ‘Chico Lima’, fez várias acusações no dia 26 de março deste ano a Delegacia de Combate a Corrupção de Mato Grosso, por participação em suposto esquema que teria desviado R$ 12 milhões dos cofres públicos do Estado.

Chico Lima também é um dos denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por adquirir bens de altíssimo valor, por meio de sua esposa e de seus filhos, “os quais seriam incompatíveis com a sua renda mensal no exercício do cargo de procurador de Mato Grosso”.

Entre os bens, estão veículos de luxo, apartamentos em Ipanema, Botafogo, bairros de elite no Rio de Janeiro. Somente dois carros da família estão avaliados em R$ 500 mil, que teriam sido obtidos por meio de desvios de recursos públicos.

Os apartamentos também foram alvos de apreensão da Polícia Civil, durante a ‘Operação Sodoma’, ocasião em que foram recolhidos documentos e computadores no dia 16 de setembro deste ano.

Vitor Carlos destacou em depoimento ao delegado Lindomar Aparecido Tofólli, que Chico Lima era o braço direito do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e que ele seria o responsável pela lavagem de dinheiro recebido em propina com troca de cheques milionários em factorings de Cuiabá.

Vieira também relatou que, em 1995, Chico Lima esteve envolvido com um escândalo da permuta da Gleba Divisa, de propriedade do Estado e inclusive chegou a ser demitido e respondeu um processo administrativo. “Foi na gestão do ex-governador Dante de Oliveira que Chico conseguiu retornar ao serviço público. No período que ficou afastado, cheguei ajudá-lo financeiramente, porque ele não tinha condições financeiras”.

Vitor ressaltou que durante o governo de Dante, Chico Lima não possuiu evolução patrimonial diante do processo que respondia na Justiça. Afirma que em 2004, no mandato do ex-governador Blairo Maggi, ele começou a enriquecer tendo evolução patrimonial incompatível com o exercício da função.

Segundo Vieira foi em 2006/2007, após uma negociação junto a Procuradoria Geral do Estado intermediado por Chico Lima, ele começou a intermediar negociações de dívidas de empresas com o Estado. “A partir daí ele começou a ganhar dinheiro. A primeira empresa que ele intermediou foi a Naoum, que é uma usina de álcool, localizada no município de Jaciara”.

Em depoimento Vitor disse ainda que o ex-procurador chegou a montar um balcão de negócios na Procuradoria Geral do Estado, intermediando redução e quitação de débitos tributários do Estado pelos contribuintes.

“Após essas negociações, Chico Lima continuou investindo o dinheiro arrecadado de forma ilegal em imóveis e carros luxuosos, colocando em nome de seus filhos e esposas. Além disso, usou algumas pessoas como laranjas”.

Em junho deste ano, o promotor Roberto Turin pediu a quebra do sigilo fiscal de Chico Lima, sua esposa, Carla Maria Lima, seu filho Francisco Lima Neto e suas filhas Livia Maria Lima e Vivian Maria Lima.

O objetivo de Turin era “obter cópias das declarações de imposto de renda pessoa física, dossiê integrado, com informações de compra e venda de imóveis, bem como informações sobre possíveis movimentações atípicas de bens e valores realizadas, referente aos anos de 2004 até 2014”.

A investigação está sob sigilo na Delegacia Fazendária sob os cuidados da promotora Ana Bardusco.

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