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Uma dissidência no Partido Social Cristão (PSC) em âmbito nacional pode levar a criação de um novo partido político com viés de direita e formado com o intuito de agregar evangélicos e católicos.
Trata-se do Partido Republicano Cristão (PRC) que surgiria com o propósito de defender medidas liberais na economia e o conservadorismo no campo moral, firmando-se contra o aborto e liberação das drogas e a defesa da família, da propriedade privada e de uma forte atuação do Estado nas áreas de educação, saúde e segurança pública. A ideia não seria abirgar somente evangélicos, mas também católicos e outros religiosos que tenham disposição em ingressar na política partidária.
Nacionalmente, o PSC enfrenta uma crise interna por conta de uma insatisfação dos parlamentares com o pastor Everaldo, candidato derrotado à Presidência da República nas eleições de 2014.Em Mato Grosso, um dos principais entusiastas deste projeto é o deputado federal Victorio Galli.
O parlamentar acompanha de perto a movimentação nacional das igrejas evangélicas de várias denominações em articular uma presença maior na classe política. O deputado estadual Sebastião Rezende também é outro cotado para migrar para o PRC.
A principal aposta do Partido Republicano Cristão, mantido ainda só em conversas de bastidores, é conseguir a filiação do deputado federal Jair Bolsonaro (RJ).
O parlamentar carioca planeja ser candidato à Presidência da República nas eleições de 2014 e avalia deixar o PSC, partido do qual se filiou em 2015, por conta de divergências com a cúpula nacional da legenda.
Na avaliação dos evangélicos, Bolsonaro é o nome perfeito para expandir os ideiais de direita que serão defendidos pelo PRC.
Um dos motivos que impulsiona a criação da nova legenda é a aposta no desgaste do Partido dos Trabalhadores (PT), que após administrar o país por 13 anos, vê sua imagem antes considerada de esquerda, associada à corrupção devido à participação de suas lideranças em esquemas de corrupção e até mesmo condenado a prisão pela Justiça como José Dirceu.
A criação de um partido para abrigar religiosos teria forte impacto em Mato Grosso. No dia 11 de novembro, a Convenção de Ministros que agrega 200 unidades da Igreja Assembleia de Deus em Mato Grosso homologaram apoio à reeleição do deputado federal Victorio Galli e do deputado estadual Sebastião Rezende bem como ao projeto nacional de Bolsonaro para disputar a Presidência da República.
Pela legislação eleitoral, a criação de um novo partido deve ter o apoio e eleitores não filiados, correspondente a pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles. Além disso, sua fundação deve ser feita, no mínimo, com um ano de antecedência das eleições.