Estratégia de Mauro Mendes para 2014 provoca crise no PSB

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Uma estratégia antecipada do empresário Mauro Mendes, para unir forças políticas visando à sua candidatura ao Governo do Estado, em 2014, é o principal motivo que está provocando um racha no PSB.

A reportagem manteve conversas com militantes do PSB e PDT, que aceitaram revelar a articulação nos bastidores, desde que os nomes fossem preservados.

Para tentar um entendimento entre as duas principais lideranças do partido em Mato Grosso – o próprio Mauro Mendes e o deputado federal Valtenir Pereira -, o presidente nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, intermediou um acordo envolvendo as duas partes.

Mauro Mendes assumiria a presidência do PSB de Cuiabá, com o compromisso de trabalhar pelo lançamento de uma candidatura própria a prefeito – não obrigatoriamente a sua, mas trabalhar para o PSB ter uma opção ao Palácio Alencastro, em 2012.

Por outro lado, Valtenir Pereira assumiria a presidência do diretório estadual, com o compromisso de trabalhar pelo aumento do número de vereadores e vice-prefeito em 2012.

Porém, com a ideia de alcançar um posto maior na política, o Governo de Mato Grosso, Mendes procura dominar o PSB, ampliando seu poder de influência, para assim viabilizar, já em 2012, as perfeitas condições para entrar no páreo em 2014.

"O Mauro Mendes é o atual presidente da comissão provisória do PSB de Cuiabá e busca ampliar a sua participação no diretório estadual, para dominar o partido no Estado. Assim, a estratégia é colocar o PSB para apoiar outro candidato, que seria o João Dorileo Leal [superintendente do Grupo Gazeta de Comunicação]. Em troca disso, o Mauro Mendes amarraria acordo político para ser candidato ao Governo do Estado em 2014", revelou uma fonte.

Nos bastidores, Mendes tem mantido conversas com diversos políticos para tratar de eleições. Na relação, está o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD), e o deputado federal e presidente do diretório estadual do PMDB, Carlos Bezerra.

Articulação e jogo de cena

Para conseguir influência no diretório estadual, Mauro Mendes escalou a deputada estadual Luciane Bezerra para reivindicar espaço no diretório estadual.

A parlamentar foi a Brasília, na quarta-feira (10), e manteve conversas com o primeiro secretário do PSB nacional, Carlos Siqueira, no sentido de conseguir a secretaria do PSB Mulher em Mato Grosso, autonomia para conduzir o PSB em Juara (709 km a Médio-Norte de Cuiabá), município que pertence sua base eleitoral, e outros cargos na executiva estadual. A resposta que recebeu é que, no prazo de 15 a 20 dias, será avaliada a proposta.

No entanto, nos bastidores, já é dada como certo que a proposta da parlamentar não será aceita. "Tudo não passa de um jogo de cena. A Luciane Bezerra está agindo em defesa do Mauro Mendes. Se o pedido for acatado, não é a deputada que vai indicar, mas o Mauro Mendes", completou a fonte.

Infidelidade

Outro fator que pesa contra a articulação da parlamentar é sua postura política em relação às eleições de 2006 e 2010, que desagrada ao diretório nacional.

"A Luciane Bezerra não tem legitimidade para reivindicar espaço no PSB. Nas duas últimas eleições, ela não apoiou o projeto federal do partido, que era Valtenir Pereira. Nas duas ocasiões, apoiou a candidatura do deputado federal Homero Pereira. A direção nacional do PSB está convencida desta infidelidade", disse a fonte.

Diante disso, o provável caminho da deputada Luciane Bezerra é mudar para outro partido. "Ela tem disparado críticas ao deputado federal Valtenir Pereira, para que ele possa responder e aprofundar a crise no partido. Assim, pode alegar justa causa e sair tranquilamente do PSB. O Valtenir não é bobo e atua como espião do diretório nacional do PSB. Por isso, não responde nada porque sabe desta estratégia", observou.

Nesta quinta-feira (10) pela manhã, a deputada revelou, em entrevista na Assembleia Legislativa, que aguarda o prazo de 20 dias, sugerido pelo diretório nacional do PSB, para, ao lado do empresário Mauro Mendes, conseguir espaço no diretório estadual do partido.

A parlamentar alegou que, se não houver nenhuma decisão ao seu contento, vai pedir desfiliação. Diante disso, PDT, PPS, PR, PP, DEM e PT já encaminharam convites para influenciá-la a trocar de partido.

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