Acusado de ter participação direta na morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, o empresário Josino Guimarães compareceu, na sexta-feira (1º), à Justiça Federal, em Cuiabá, para se colocar à disposição diante dos novos desdobramentos do crime, que ocorreu em 1999.
Acompanhado do advogado Waldir Caldas, o empresário foi recebido pelos juízes federais Paulo Sodré e Julier Sebastião da Silva, para informar que está disposto a contribuir com a Justiça.
A audiência foi solicitada pela defesa, diante da recente decisão do juiz federal Paulo Sodré, que decretou o fim do segredo de Justiça das investigações, diante dos indícios de que uma suposta trama envolvendo a Polícia Civil e que sustentaria a tese de que o juiz Leopoldino Marques do Amaral esta vivo.´
A estratégia seria livrar Josino Guimarães, acusado de ser o mandante do assassinato, de ir ao júri popular, o que pode resultar em mais de 10 anos de cadeia. Por conta disso, o delegado Márcio Pieroni, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, foi afastado do cargo e do comando do inquérito.
"Fui muito bem recebido pelos juízes Paulo Sodré e Julier Sebastião e informei que, em momento algum, minha defesa sustentou que o Leopoldino estaria vivo. O que sempre declarei é que não tenho participação alguma nisso [no assassinato] porque o juiz nunca fez mal algum à minha pessoa. Não tinha motivos para prejudicá-lo", declarou Josino Guimarães.
Apesar disso, o empresário destacou que acredita na versão de que o magistrado esteja vivo.
"Acredito nesta possibilidade, mas, não posso garantir nada. Cabe à Justiça investigar e comprovar", afirmou.
A morte do juiz
Leopoldino Marques do Amaral foi encontrado morto no dia 7 de setembro de 1999 – um mês e meio após denúncia um suposto esquema de venda de sentença no Judiciário de Mato Grosso -, numa vala, às margens de uma rodovia do município de Concepción, no Paraguai.
As irregularidades foram denunciadas pelo juiz em uma carta enviada, em junho de 1999, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário, então instaurada no Senado.
Josino Guimarães é apontado como principal suspeito da morte do juiz. Ele é ausado de integrar o suposto esquema de venda de sentenças.