Em meio a crise após as revelações de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal, o presidente Jair Bolsonaro terá uma reunião com o ministro nesta quinta-feira (7). O encontro consta na agenda do presidente e está marcado para as 14h30 no Palácio do Planalto. A pauta da reunião não foi divulgada.
“Supertranquilo”
Guedes, fez a primeira declaração à imprensa sobre o assunto na noite de quarta-feira (6) ao sair do ministério. Ele não havia se posicionado desde domingo (3), quando a informação sobre a offshore foi revelada. Diante dos jornalistas, Guedes foi sucinto e tentou demonstrar tranquilidade em relação ao caso que motivou críticas nos últimos dias.
Guedes falou brevemente enquanto entrava no carro para deixar o ministério. Em imagens registradas por equipe da Record TV, é possível ouvir o ministro dizendo a repórteres: “Estou tranquilo, estou supertranquilo”. Ele respondia a questionamentos sobre a convocação aprovada na Câmara dos Deputados para que explique a situação no Plenário.
Investigação de um conglomerado internacional de jornalistas revelou que o ministro mantém uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. A empresa foi aberta em 2014. A desvalorização do real durante a gestão de Guedes no Ministério da Economia levou o investimento, que era de R$ 35 milhões em agosto de 2015, a ser hoje estimado em mais de R$ 51 milhões.
Explicações aos deputados
Uma convocação para que Guedes se explique no Plenário da Câmara dos Deputados foi aprovada, na quarta-feira (6), por 310 votos a favor e 142 contra. Se não comparecer, o ministro poderá responder por crime de responsabilidade. Ele também deve ser ouvido em comissões do Senado e da própria Câmara.
“É imperativo que Guedes dê explicações ao Parlamento sobre a manutenção dessas contas no exterior, mesmo após ter assumido uma função pública de enorme relevância. É inaceitável que, enquanto a economia do país afunda, ele mantenha seus recursos em moeda estrangeira, sendo beneficiado com a desvalorização de nossa moeda, graças à sua desastrosa gestão”, declarou o líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).
Caso não compareça, o ministro poderá responder por crime de responsabilidade. Guedes também já havia sido convocado pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. O pedido de convocação foi aprovado nesta última terça-feira (5), mas a data ainda não foi marcada. Por ter sido convocado, o ministro é obrigado a comparecer à comissão.