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Ex-deputado estadual José Geraldo Riva prestou depoimento na 7ª Vara Criminal de Cuiabá , nesta quinta-feira (24), sobre duas ações referentes à Operação Arca de Noé. Os processos foram encaminhados ao juízo de 1º grau após Riva perder a prerrogativa de foro, ao ficar sem mandato e deixar a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
Em uma das ações, o ex-deputado é tido como coautor de um desvio de R$ 2 milhões, mediante o uso da empresa de nome João Roberto Papelaria. O espaço temporal dessa denúncia é de novembro de 2000 à dezembro de 2002.
“Nós não tínhamos controle sobre as empresas que prestaram serviços à ALMT. Se formos fazer um levantamento, se esse dinheiro tivesse sido desviado, a ALMT não teria condições de funcionar”, disse Riva.
Durante o depoimento, o Ministério Público Estadual (MPE) destacou que houve resistência da Casa em divulgar informações sobre o caso. Riva negou a informação e afirmou que nunca trocou cheques da ALMT em factorings, conforme a denúncia.
O ex-parlamentar afirmou também que todos os pagamentos foram feitos em cima do que era apresentado. “Se alguém roubou, desviou, não fui eu”, finalizou Riva, ressaltando que hoje tem dificuldades de pagar seus advogados.
A outra ação trata-se de cheques da ALMT emitidos em 1996, quando o deputado Gilmar Fabris (PSD) era presidente da Casa e José Riva (PSD) o primeiro-secretário.
O advogado de Fabris, Zaid Arbid, declarou que se houve algum ilícito foi praticado pelo ex-deputado José Riva, na época ordenador de despesas do Legislativo.
Os processos foram desmembrados porque somente Riva e o ex-deputado estadual e ex-conselheiro do TCE, Humberto Melo Bosaipo eram beneficiados pelo foro privilegiado. Com a término do mandato de ambos, as ações foram remetidas à 7ª Vara Criminal e seguem tramitando de forma separada.