Dois servidores da Sema são presos por cobrar propina

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Dois servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) foram presos nesta segunda-feira em Nova Mutum (a 264 km ao Norte de Cuiabá) após denúncias de que estariam cobrando propina de avicultores da região para não aplicar-lhes multas.

De acordo com a Polícia Civil, os servidores Marcelo Antônio Cardoso e Valdivino Gerônimo teriam cobrado propina em média de R$ 5 mil em seis aviários.

Os dois servidores estavam há cerca de uma semana na região de Nova Mutum realizando inspeções. Segundo o delegado da Polícia Civil Daniel Valente, algumas denúncias já haviam sido encaminhadas à polícia dando conta de que os fiscais, ao detectarem alguma irregularidade nos aviários inspecionados, estavam cobrando propina dos proprietários para evitar autuações.

A investigação começou por conta de um avicultor que chegou a pagar a propina, mas, em seguida, denunciou o caso.

Eles haviam acabado de receber uma propina no fim da tarde de segunda-feira quando foram detidos em flagrante pela polícia, que orquestrou tudo. Naquele momento, segundo Valente, os servidores portavam R$ 8,5 mil em folhas de cheques emitidos por proprietários de aviários inspecionados.

Até onde a polícia sabe, esta foi a primeira vez que os servidores detidos inspecionaram os aviários na região de Nova Mutum. Não se sabe ainda se eles chegaram a cobrar propina de outros produtores em ocasiões anteriores.

Na delegacia de polícia, onde devem continuar por enquanto, os dois preferiram resguardar o silêncio. Valente informou que em dez dias deverá finalizar o inquérito sobre o caso e indiciar os dois por corrupção passiva – pois eles ofereceram a possibilidade do pagamento de propina aos produtores. A pena varia de 2 a 12 anos de reclusão.

Em paralelo, ambos também responderão a processos administrativos disciplinares dentro da Sema. Pelo menos foi o que anunciou o titular da Pasta, Alexander Maia, diante da prática de atos ilícitos por parte dos funcionários – um é comissionado e o outro, de carreira.

A Sema assegura o direito a ampla defesa dos investigados durante o procedimento interno. Um dos acusados, Marcelo Antônio Cardoso, era coordenador de Pesca da Sema.

A reportagem não conseguiu contato com representantes da Associação Mato-grossense de Avicultura (Amavi) para comentar o assunto.

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